Blog do moinantes - o primeiro blog do mundo que provoca a remissão do Q.I. de quem o lê. Comprovado por diversos trolhas, pedreiros e arrumadores de carros que, após lerem este antro de lixo mental, seguiram uma valorosa vida de politicos...
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quarta-feira, novembro 25, 2009
Se não houvesse internet...
Era assim que recebíamos virus
era assim que procurávamos pornografia...
Era para isto que usávamos o IPhone...
sábado, novembro 14, 2009
A Face Oculta (...da estupidez)
O ministério Público tem matéria para me acusar do crime de pedófilia?
sexta-feira, outubro 09, 2009
Nova filosofia de vida
O PS ganhou as legislativas...
O Benfica está farto de ganhar jogos com o Jorge Jesus como treinador
E eu voltei a casar-me com a minha mulher.
Isto a vida dá mesmo muitas voltas mas acima de tudo há dois factores que são muito importante para que a gente consiga sobreviver a esta centrifugação longa que é a vida, de forma a que consigamos ficar enxutos, porém, não amachucados...
Atitude e pensamento positivo.
Com calma, determinação e tranquilidade, conseguimos observar a vida de uma forma muito mais agradável, e garantidamente, estas posturas são magnéticas para situações positivas.
Quero que este post sirva de muito grande agradecimento a tantos amigos e conhecidos que me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje. Alguns deles se calhar nem fazem ideia da importância que tiveram em mim...
No entanto, há uma coisa que devemos pensar: sempre que tocamos alguém, nem que seja de raspão, marcamos e somos marcados para toda a vida. Agora imginem quando não tocamos de raspão, mas antes trocamos experiências, vidas, alegrias e tristezas com alguém. Garantidamente que já fomos importantes para alguém e se calhar nem sabemos...
Deixo-vos agora com uma pequena história que reflecte bem a noss vida...
E já agora... como dizia o grande Raul Solnado... "Façam o favor de ser felizes..."
...
Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num frasco de mayonese e esvazia-o...tirou a mayonese e encheu-o com bolas de golf.
A seguir perguntou aos alunos se o frasco estava cheio. Os estudantes responderam sim.
Então o professor pega numa caixa cheia de Caricas e mete-as no frasco de mayonese. As Caricas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles voltaram a dizer que sim.
Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a para dentro do frasco de mayonese. Claro que a areia encheu todos os espaços vazios e uma vez mais o pofessor voltou a perguntar se o frasco estava cheio. Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime "Sim !".
De seguida o professor acrescentou 2 taças de café ao frasco e claro que o café preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:
'QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO REPRESENTA
A VIDA'.
As bolas de golf são as coisas Importantes:
como a familia, os filhos, a saúde, os amigos, tudo o que te apaixona.
São coisas, que mesmo que se perdesemos tudo o resto, nossas vidas continuariam cheias.
As caricas são as outras coisas
que importam como: o trabalho, a casa, o carro, etc.
A areia é tudo o demais,
as pequenas coisas.
'Se pomos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as caricas nem
para as bolas de golf.'
O mesmo acontece com a vida'.
Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca
teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
Presta atenção às coisas que são cruciais para a tua Felicidade.
Brinca ensinando os teus filhos,
Arranja tempo para ires ao medico,
Namora e vai com a tua/teu namorado/marido/mulher jantar fora,
Pratica o teu desporto ou hobbie favorito.
Haverá sempre tempo para limpar a casa e reparar as canalizações
Ocupa-te das bolas de golf 1º, das coisas que realmente importam.
Estabelece as tuas prioridades, o resto é só areia...
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representava o café.
O professor sorriu e disse:
"...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a vossa
vida esteja ocupada,sempre haverá espaço para um café com um amigo. "
segunda-feira, junho 08, 2009
Eleições Europeias 2009 - A análise moinante
Os resultados oficiais foram:
Os resultados não-oficiais foram:
O PS perdeu expressivamente.
E pronto... e foi por poucos... deviam mesmo era ter sido totalmente espezinhados... (panisgas...)
O PSD ganhou expressivamente.
No entanto, 31% de votos são abaixo da percentagem de votos da clamorosa derrota de Pedro Santana Lopes. Os números são coisas lixadas...
O Bloco de Esquerda ganhou expressivamente.
Subiram para a 3ª força política em Portugal e triplicaram o nº de deputados europeus.
A CDU ganhou expressivamente.
Na realidade, a CDU ganha sempre mesmo, apesar de terem sido relegados para fora do "podium", a Ilda Figueiredo não hesitou em gritar vitória.
O CDS/PP ganhou expressivamente.
Elegeu o Nuno Melo e o Feio e como é feio, o tipo... que raio de cabelo é aquele? parece um daqueles areais que ficam à frente duma daquelas ilhas do pacifico. No entanto, foram ultrapassados pelos Comunistas e sobretudo esmagados pelos Trotskistas... uff... o o brilho Pepsodente do PP não deixou de ser ver...
Quanto aos outros pequenitos, a Laurinda Alves do MEP também ganhou, na segunda liga.
Até o PNR ganhou...
Conclusão Moinante:
Toda a gente ganhou menos o PS.
No entanto o PS é que é governo.
Portanto, quem perdeu fomos todos nós, cidadãos.
E agora, ainda temos de aturar este bando de panisgas por mais 6 meses...
Ora gaita...
segunda-feira, junho 01, 2009
Tem havido pouca moinada, porém...
Tininim!!
(o som do messenger...)
Abri lentamente o olho esquerdo e espreitei pelo canto não remeloso e vi uma nova mensagem.
Era de uma amiga minha. Pensei em render-me à força tonelar da minha pálpebra e voltar aos braços de Morfeus.
Mas hesitei...
Tininim!!
Outra mensagem...
O corpo mandava fechar o olho mas o cérebro, inebriado e sonolento, mandou a pálpebra continuar aberta. E quando o cérebro manda, não há que o contrariar.
Li a primeira mensagem a custo.
"Sôdôtor...", como ela carinhosamente me trata.
Sorri.
Mas sorri só cerebralmente, pois os músculos faciais mantiveram-se firmes à inabalável lanzeira que sentia.
Segui para a segunda linha como uma câmara lenta daquelas muuuuuiiiittttttoooo lentas.
A custo, lá li a segunda mensagem.
"Tens andado pouco moinante..."
Aí sorri totalmente... e senti uma enérgica vontade de me levantar.
Sentei-me no sofá, ajeitei o portátil e com toques ainda lentos, devolvi-lhe uma mensagem...
"Tens razão..."
E então voltei ao Moinantes e escrevi de novo...
.../...
A todos os que me visitam nesta minha sala de estar da minha alma, desculpem não ter dado notícias por tanto tempo mas por vezes a cabeça não dá para tudo... Mas são estes momentos que me fazem pensar que tenho mesmo amigos e pessoas que se importam e que se dão conta que por vezes estamos mais em baixo.
Pessoas como os meus pais, o meu irmão Mannie, o David e a Daniela, o meu "irmão" Rui, o Malheiro, o Chaves, o Jorge Salgado, o Bruno, o Paulo Batista, o Simes, a Tânia, e tantos, tantos outros que não menciono mas que me ligam ou me MSN'am montes de vezes para saber como estou, se estou bem, se estou feliz... que ligam só por ligar e para dar um alô... para falarem comigo... que se importam comigo...
A vocês todos, os que mencionei e os que não mencionei mas que também se importam com este Moinantes, um MUITO OBRIGADO por me deixarem ser vosso amigo.
Resta-me retribuir-vos como puder e souber e sobretudo aqui, com boas moinadas e laivos carregados da minha estupidez natural, que espero vos faça sorrir, sempre que por aqui passarem... nem que seja um sorriso só cerebral...
E à minha amiga, em especial (pois ela sabe quem é... ;) ) ... obrigado por tudo o que disse atrás, mas também por me acordares.
Estava na hora de voltar.
domingo, maio 31, 2009
quinta-feira, maio 14, 2009
Tudo está a voltar a andar...
domingo, abril 19, 2009
As voltas que a vida dá...
Pois bem, ontem para mim foi um desses dias.
Tive ontem um dos dias em que mais triste me senti desde que me separei. Estive todo o dia completamente angustiado e apenas consegui sentir-me melhor desde que estive com as minhas filhas e que ficaram cá em casa este fim de semana.
E porquê me lembro eu desse dia em concreto?
À exactamente 1 ano, no dia 18 de Abril de 2008, estava em Luanda, em trabalho. Foi um dos dias de completa dor de amor, com saudades da minha mulher e das minhas filhas. Sei perfeitamente como me sentia nesse dia à 1 ano atrás.
Escrevi nesse dia um post em que dizia o que sentia e o que me ia na alma e no coração.
À 11 anos atrás, no mesmo dia 18 de Abril de 1998, lembro-me tive o dia mais feliz da minha vida até nascerem as minhas filhas.
Dia 18 de Abril de 1998 foi um dia cansativo, puxado, sempre a correr de um lado para o outro... mas senti-me feliz pois estive perto de montes de amigos e senti que estava a seguir o caminho certo da minha vida.
Dia 18 de Abril foi um dia em que mudei a minha vida e me senti completo, preenchido...
Dia de 18 de Abril de 1998 foi o dia em que me casei.
Pois bem, hoje, 11 anos depois, o que senti foi exactamento o oposto. Chovia, e senti-me desmembrado, vazio e sem a minima sensação de felicidade.
Porque os dias são só dias, marcas efémeras no calendário, se calhar não devia dar tanta importância a estas coisas. No entanto, creio que não deixarei de esquece o 18 de Abril de todos os anos, como memória do dia mais feliz, de outros dias felizes e de dias miserávelmente infelizes. Lamento... devo ser um romântico e sonhador. Mas não creio que não será agora que vá mudar...
Depois disto tudo não deixo de pensar como vai ser o meu 18 de Abril de 2010...
Daqui a 365 dias cá estaremos de novo para ver...
Agora vou fechar o PC, pegar nas minhas filhas e passear junto ao rio, aqui perto da minha casa. Vamos aproveitar o dia que hoje está de sol, bonito e vou aproveitar para levantar o meu ânimo.
Abraços Moinantes a todos
quarta-feira, abril 08, 2009
Ben-U-Ron ou paracetamol?
A proposta do Paulo Portas, por incrivel que possa parecer, é adequada. Ou seja, a ténue linha que separa os médicos dos farmacêuticos bate exactamente neste ponto.
O médicos são os elementos que devem, por natureza, avaliar, diagnosticar e conhecer os mecanismos para solucionar ou amenizar uma doença, em função do seu trabalho efectivo: anamnese, análises complementares e conhecimento da ficha médica do seu"cliente", o doente.
O farmacêutico, por seu lado, deve ser o especialista dos medicamentos a utilizar em função da informação prestada por receita pelo médico.
Ou seja,
O médico após avaliação do paciente encontra que o mecanismo correcto para tratar a doença será um determinado principio activo que, através da anamnese, verifica que não é contra-indicado para o paciente ou para outro medicamento que esteja a tomar.
Dessa forma, o médico não deveria receitar Ben-U-Ron ou Aspirina mas sim Paracetamol ou ácido acetilsalicilico pois esse é o seu entendimento. Depois, na farmácia, o papel do farmacêutico será de aconselhar o paciente a escolher, de entre as várias possibilidades e preços, entre o medicamento genérico ou outro.
Não querendo ser simplista com o assunto, entendo que existem situações mais complexas do que simplesmente uma aspirina ou um Ben-U-Ron... Por exemplo, um relaxante muscular muito conhecido para quem dores nas costas: Adalgur-N Comprimidos.
O Adalgur é apresentado com o principio activo de Paracetamol (500mg) mas com a componente de relaxante muscular do Tiocolquicosido (2g - base do Relmus, p.ex.) 2g.
Dessa forma, se o médico entende que o paciente tem, por exemplo, uma dor nas costas ou num joelho, causados por uma distensão ou contractura, o médico apenas deveria dosear os principios activos: por exemplo, Paracetamol (como analgésico) e tiocolquicosido (como relaxante muscular).
Por exemplo, receitaria 3 tomas diárias de 1000mg de paracetamol e 4 mg de tiocolquicosido.
O farmacêutico, de acordo com a toma prescrita pelo médico, optaria por apresentar ao seu cliente, por exemplo, ou Ben-U-Ron 1000mg, ou dafalgan 1g, ou Paracetamol Genérico 500Mg comprimidos para suprimir a necessidade de paracetamol e por exemplo Relmus 4g.
Aí o paciente tomaria 3 comprimidos de Relmus de 8 em 8 horas (tiocolquicosido 4g por toma) e e as quantidades necessárias de comprimidos de paracetamol para suprimir os 1000mg por toma (Ben-U-Ron 1000mg ou Dafalgan - 1 comprimido ou Paracetamol Genérico 500mg - dois comprimidos).
No entanto, é mais simples ao médico receitar directamente Adalgur N que já tem a composição pretendida de uma forma doseada do que colocar os principios activos...
Já para não falar nos lobbys farmacêuticos junto da classe médica... mas isso é outra coisa, né?
Ou não...?
segunda-feira, março 30, 2009
(Re)Começar de Novo
Mais novidades em breve...
Moinantes
quarta-feira, março 25, 2009
Benfica-Sporting - A final da Taça da Liga
O trio de arbitragem era chefiado por Lucilio Batista e estavam criadas as condições para um bom espectáculo de futebol, um clássico sempre muito aguardado.
O jogo começou e desde cedo se deu conta que seria um jogo muito esforçado e pouco jogado, apesar da qualidade dos intervenientes de parte a parte. O Luisão teve duas entradas duras logo no inicio da partida que seriam passiveis de pelo menos um cartão amarelo, o Reyes teve também uma entrada dura sobre o Rochembak que poderia ter visto um cartão de uma cor mais condizente com a sua camisola.
No entanto, da parte do Sporting, também tiveram a sua quota de entradas duras e de jogadas menos sérias, em especial por parte do Derlei, Pedro Silva e Andersson Polga.
O resultado chegou ao intervalo com um natural 0:0 e com 11 jogadores para cada lado, o que creio que, nesse aspecto, a coisa poderia ter tido um desfecho diferente.
A segunda parte começa praticamente com o golo do Sporting, logo aos 3 minutos de jogo, resultado de uma boa jogada pelo lado esquerdo, onde o Bruno Pereirinha aproveitou muito bem uma bola rechaçada pelo poste a remate de Liedson para a colocar no fundo da baliza de Quim, abrindo desta forma o activo.
O jogo continuou a desenrolar-se a um ritmo muito fraco, com as duas equipas a praticarem um mau futebol e as oportunidades a não aparecerem.
No entanto aos 73 minutos acontece o caso que marcou o jogo. Di Maria ganha a posição sobre Daniel Carriço na entrada da área e quando procura ultrapassar o lateral Pedro Silva, o árbitro assinala grande penalidade. Nos três a quatro minutos subsequentes à marcação da falta de castigo máximo, damos conta de um diálogo entre o árbitro principal e o seu assistente, José Cardinalli. Os jogadores do Sporting cercam o árbitro e o auxiliar, e parecem gritar que o auxiliar estará a indicar ao seu chefe de equipa que não teria sido penalti.
Após a repetição da SIC, nós os telespectadores a ver a transmissão em casa, damos conta que não seria grande penalidade pois o jogador do Sporting toca a bola apenas com o peito.
No entanto, Lucilio Batista assinala mesmo a grande penalidade e expulsa o defesa do Sporting, Pedro Silva, por acumulação de cartões amarelos.
Reyes acaba por converter o castigo máximo e empata a partida, resultado que se manteve até ao final dos 90 minutos regulamentares.
De acordo com as regras da Liga, em caso de empate não haveria lugar a prolongamento pelo que a partida passaria de imediato para a conversão de uma série de grandes penalidades.
Nesse particular, o Benfica esteve melhor, tendo o guarda redes Quim defendido 3 grandes penalidades a remates de Rochembak, Derlei e Postiga. Pelo lado do Benfica, falhou ainda Pablo Aimar permitindo a defesa a Tiago e Katsouranis que atirou por cima e ao lado. No entanto, o penalti derradeiro acabou por ser marcado pelo ex-jogador do Sporting e actual médio benfiquista, Carlos Martins, acabando assim por conquistar o troféu para o clube das águias.
E aqui acabou o jogo...
Hoje, dia em em faço este post, dia 25 de Março de 2009, ou seja, 4 dias depois do jogo, aconteceram coisas fantásticas.
O Lucilio Batista veio à televisão e confirmar que se tinha enganado e que assinalou o penalti por "percepção". Relativamente à conversa com o seu auxiliar, afirmou que o mesmo lhe tinha dito que não tinha visto o lance e que não podia afirmar se seria penalti ou não.
Como resultado desta trapalhada, o Sporting sentiu-se roubado e deixou a presidência da Liga de clubes alegando que não se sente representado pelos orgãos da liga, nomeadamente no que concerne ao Conselho de Arbitragem.
Todos os sportinguistas conhecidos e desconhecidos se sentem todos roubados, chegando mesmo o comentador afecto ao Sporting no programa "Trio de Ataque", emitido pela RTPN, considerar que o(s) erro(s) do árbitro foram "premeditados" e que o seu interesse era exclusivamente sabotar a partida para favorecer o Benfica, ou pelo menos prejudicar o Sporting.
Ora bem, o que me levou a escrever este post foi mesmo esse programa e esses comentários de miúdo feitos por um homem que até me parece ser sério mas que perde toda a compostura quando fala do Sporting. E custa-me ver sobretudo toda a palhaçada que está a ser mediaticamente criada à volta deste assunto.
O Benfica e muitos benfiquistas, disseram publicamente que de facto o penalti não existiu e que o árbitro errou. Mas errou este em desfavor do Sporting como muitos outros os fizeram a favor do mesmo emblema. E todos os fins de semana, vários clubes se sentirão "roubados" por decisões erradas das equipas de arbitragens. Ainda à bem pouco tempo me recordo de um jogo em Itália, salvo erro o Inter-Milan, em que o Adriano marcou um golo com a mão... literalmente com a mão...
Bom eu nem quero imaginar o que isso seria...
E confesso que o Sporting até é dos clubes que tem tido alguns "empurrões" bem jeitosos das arbitragens, até mesmo com o Lucilio Batista, mas como todos os outros clubes, têm também sempre algo a apontar quando perdem por um erro dos árbitros.
Pois o que digo e acho lamentável e vergonhoso nestas alturas é que os clubes se refugiem, mesmo com razão como é o caso, em desculpas esfarrapadas e birras dignas de miúdos. Se o Sporting tivesse jogado mais, marcado mais golos, certamente que o erro do árbitro não teria o mesmo impacto. Mas agora pergunto eu: Quantas vezes não foi o Sporting "ajudado" com decisões erradas e se manteve caladinho como um rato? Ainda me lembro de um pretenso penalto do Caneira, quando jogava no Benfica, sobre o Jardel, que nos valeu uma subtração de pontos (confesso que não me recordo se empatámos ou se perdemos...) e que na altura os dirigentes terão dito qualquer coisa como "o árbitro é soberano! Assinalou, está assinalado..."
Ora porra!!
O árbitro é soberano quando nos dá jeito mas quando não dá já é ladrão e corrupto... E depois ainda abandonam a direcção da Liga de Futebol alegando que não são defendidos os seus direitos!?!
Os seus direitos!?! Mas eles (e todos...) estão na liga para defender os seus direitos particulares de cada clube ou para defender os direitos gerais do futebol!?!
Como nota final quero apenas deixar mais uma ideia, já muito veiculada no vários meios de comunicação e muitas outras pessoas ligadas ao futebol, que se prende com a utilização de meios televisivos e tecnológicos para apurar a veracidade de alguns lances.
Nas passadas semanas, acompanhei no canal ESPN America, o campeonato do mundo de Basebol, que teve lugar em Porto Rico.
A determinada altura do jogo ocorreu uma dúvida com o envio de uma bola tacada e que bateu num placar fora da área de jogo e voltou para dentro do campo. O defesa apanho a bola, etirou-a para os seus defesas nas zonas de bases e anulou a corrida do batedor.
Os árbitros, perante esta dúvida, retiraram-se por 6 minutos e analisaram as imagens televisivas. quando voltaram, apuraram de facto a verdade desportiva de que a bola tinha batido fora do campo e nesse caso era considerado "Home Run", o que permitiu ao batedor correr as bases todas sem interferência pois é como se tivesse enviado a bola para fora do campo.
No oráculo que passava durante esses 6 minutos, apareceu descrito as regras em que a análise televisiva era aceite: "Em caso de dúvida num "Home Run" e em caso de eliminação de jogador na última base, ou seja quando se converte ponto no basebal"
Realço ainda que os comentadores se referiram a este período de 6 minutos bastante exagerado uma vez que habitualmente os assuntos são resolvidos de uma forma muito mais célere.
Neste ponto os defensores do futebol total irão dizer que tal não é exequível pois "quebra o ritmo do jogo e pode dar lugar a lesões dos jogadores por estarem parados tanto tempo".
6 minutos... 6 minutos no máximo!?! Vão mas é à fava!! Não existe é vontade de resolver este assunto pelos organismos como FIFA e a UEFA, pois assim não haveria maneira de dar o "colinho" que certas equipas, países ou selecções nacionais tanto precisam para atingir os seus objectivos. E cada dirigente, cada equipa, cada Liga, cada Federação Nacional tem o dever de se revoltar é sobre estes problemas, não sobre se o Pedro Henriques assinalou falta por mão do Miguel Vítor ou se o Pedro Silva cortou com o peito e afinal o Lucilio Batista teve a percepção que foi com a mão...
Pergunto eu quanto tempo se perdeu no passado dia 21 no jogo Benfica-Sporting, desde que o lance foi assinalado (mal...) até que se converteu o livre de grande penalidade? Se calhar, bem mais de 6 minutos... e ainda por cima com uma decisão errada...
Bom, uma coisa é verdade, os jogadores não estiveram parados... pelo menos os do Sporting estiveram o tempo todo a correr do fiscal de linha para o árbitro e vice-versa a dar empurrões e "peitadas"...
Não seria mais simples definirem por exemplo a seguinte regra, tal como vi no basebol:
Determinar-se que teria que haver análise televisiva, desde que os meios estivessem disponíveis, p.ex., apenas nos seguintes casos:
- Grandes penalidades
- Cartões vermelhos directos ou por acumulação
No caso das bolas que entram na baliza e que não são assinalados os golos, o chip na bola resolveria o problema de uma vez por todas, podendo mesmo ser alargado o seu âmbito a todas as linhas limitrofes do terreno de jogo (linhas laterais e de cabeceira).
Desta forma, apenas seria do interesse dos jogadores que, em vez de passarem 6 minutos a correr atrás dos árbitros e a dar "peitadas" que não são registadas em relatório, bastava que descontraíssem um pouco, fazendo uns alongamentos ou mantendo-se quentes correndo no campo, com o apoio dos treinadores e dos preparadores fisicos. Após se determinar se a situação era correcta, a mesma determinava-se conforme o decidido. Se a decisão fosse errada, o processo revertia, ou seja, o penalti não seria assinalado ou o cartão vermelho não seria aplicado, e o jogo era reiniciado com uma bola ao solo numa zona neutra do campo, a definir.
Em suma, lamento pelo Benfica e como benfiquista que não tenhamos ganho o jogo de forma limpa, ainda que sem responsabilidade directa, mas lamento ainda mais pelo Sporting pela forma infantil e desproporcionada como está a tratar deste assunto.
E não se esqueçam... Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao vizinho...
Cá estarei para ver
segunda-feira, março 23, 2009
O que eu me ri com isto...
sábado, março 14, 2009
Top Gun By Tarantino
Não tinha consciência social, não tinha conceitos do que seria a realidade da vida, que a minha vida se resumia a estar acordado ou estar a dormir, de beber cervejas ou TriNaranjus de laranja, que era um puto pouco imberbe, com um buço à Charles Bronson, inexperiente, sexualmente subaproveitado, com cara de idiota, que tinha a mania que era giro, que andava de bicicleta todo o dia e armado em parvo, de 16 anos (*), e que tinha a mania que era o Top Gun.
O Top Gun, para quem não sabe, foi um filme que apareceu em meados dos anos 80 daqueles de aviões e de tipos de óculos escuros, casacos de aviador que conduziam motas rápidas e eram pilotos de aviões.
No entanto, ao fim de mais de 20 anos, descobri que afinal o Top Gun não é um filme de gajos másculos que sacam miúdas nos bares a cantar músicas dos Righteous Brothers nem conseguem ter sexo consumado (mesmo consumado, com "coisanço" e tudo...) com tipas louras e giras e pilotar máquinas caras e velozes. O Top Gun é antes sim uma sublimar história de homosexualidade bem ao jeito de um Brokeback Mountain...
Em vez de ver um monte de testosterona com óculos escuros e casacos de cabedal, ansiosos de sexo a dois (sim, porque sexo a um tem outro nome...) e de demonstrarem a sua virilidade com todos os adereços, Tarantino descobre um bando de paneleirotes reprimidos sem coragem de se assumirem e que despejam as suas frustações em aviões e motas de alta cilindrada.
Assim, se algum de vocês, tal como eu, se sentiu enganado pelo Tony Scott ( o realizador de Top Gun) e só agora descobriu que, em vez de ser um macho infeliz poderia ter sido um alegre paneleiro, lamento que pensem assim, mas ainda vão a tempo. Assumam-se, gaita...
Quanto a mim, lamentavelmente, já não me sinto com disposição de mudar a agulha e passar-me para o inimigo, pelo que me resta seguir o meu infeliz caminho de macho alfa, mas sem fêmea nenhuma... nem alfa, nem beta nem zeta... o máximo que posso esperar talvez seja uma femêa Visa ou Unibanco... e mesmo assim, não é fácil, pois elas desconfiam sempre de tipos vestidos de casaco de aviador e óculos RayBan...
Apenas fico apreensivo com todos aqueles miúdos de 16 anos que hoje vejo com cabelos à Jonas Brothers e que, quando chegarem aos 37 anos acabem por descobrir que afinal, o tipo da guitarra "abafava" a palhinha aos outros dois e que a Hanna Montana afinal é uma lésbica assumida danadinha por uma boa lingere de silicone... Abram os olhos, miúdos...
quinta-feira, fevereiro 19, 2009
Ao meu amigo Malheiro: Obrigado
Isto, porquê?
Bom, talvez seja importante localizar a coisa no espaço e no tempo.
Sempre fui um moderado amante de simuladores de computador: carros, aviões, barcos, e até comboios. Agrada-me sobretudo o realismo que esse programas transmitem e que nos transportam para realidades virtuais onde podemos fazer coisas que normalmente ou sem algum investimento (de tempo e muitas vezes de dinheiro) não conseguiríamos fazer.
O Luis Malheiro, que era o meu director na empresa onde trabalhei, sempre foi um fanático do Microsoft Flight Simulator 9 e, através dele e do seu entusiasmo, aperfeiçoei mais as minhas técnicas de voo nesse jogo e aprendi a jogar nele de uma forma mais realista e eficiente.
O Malheiro ensinou-me conceitos básicos de voo, como levantar voo, como virar, como aterrar, como entender os inúmeros instrumentos de um avião tão complexo como um Boeing 747 ou um Airbus A310. E com estes conceitos, comecei a gostar cada vez mais do voo (simulado) e de gastarmos boas e longas horas a jogar em rede o Microsoft Flight Simulator 9 e Microsoft Flight Simulator X, onde voávamos e nos divertiamos à grande.
Há uns 4 ou 5 anos atrás, o Luis Malheiro (meu chefe, na altura...), chegou-se ao pé de mim e disse-me: "Vou tirar o curso de piloto de ultraleves". Fiquei contente por ele pois sabia que era um projecto que ele ambicionava e estava a ter a iniciativa de concretizar uma realização pessoal.
No entanto ele disse-me também "E depois, quando tiver a licença, vens voar comigo!"
Aí a coisa parou logo!! Isso é que não... tirar o Moinantes do chão e ainda por cima numa caranguejola com motor de corta-relvas, isso é que não!!
Ele concluiu o curso algum tempo depois, realizou a horas de voo a solo que assim o obrigaram e quando pode, veio logo ter comigo e disse: "Vá pá, já posso levar passageiros... quando é que vens voar comigo??"
Bom, isto de voar com ele no Flight Simulator era uma coisa, mas ir voar mesmo a sério, era outra e, por ser um cobarde miserável, escapei-me sempre.
Em Janeiro de 2007, o Luis Malheiro saiu da empresa e a vida acabou por levá-lo a abraçar um projecto no Campo de Voo de Benavente, onde sempre teve e tem o seu avião, e hoje em dia tem responsabilidades no campo mas sempre que pode, dá uma escapadinha para voar.
Pela relação profissional muito boa que mantivémos ao longo de 7 anos de trabalho juntos, acabámos por desenvolver laços de amizade que muito prezo, pois é uma pessoa de luxo.
No entanto, a minha vida também me fez dar uma volta grande e começar a vê-la de outros prismas. Se eu gosto imenso de voar, se até tenho um espirito aventureiro, porque raio estava com mariquices com esta coisa?
E então, num dos telefonemas que trocamos de vez em quando para sabermos como vão as coisas, resolvi avançar :"Malheiro... marca um dia e vou voar contigo!"
Claro que está que o Malheiro soltou uma daquelas altas gargalhas que, quem o conhece, sabe como são... e disse: "Isso queria eu ver!!!"
Pois bem, hoje dia 19 de Fevereiro de 2008 fui voar com o Comandante Malheiro, que me fez um passeio inesquecível pelas planicies ribatejanas e me fez pensar "Porque raio levei tanto tambo a vir fazer este voo??"
Ao meu amigo Malheiro, fica então o meu obrigado pelo magnifico voo de hoje e agora, olha... das próximas vezes que for a CVB, garantidamente que não passamos sem um voltinha de "caraguejola com motor de corta relva..." eh!eh!eh!eh!
Um abraço e algumas fotos...
sábado, fevereiro 14, 2009
World Community Grid - 1.000.000 de pontos
O World Community Grid é uma comunidade de investigação que utiliza o sistema de grelhas de Pc's. Basicamente que utiliza a computação do seu PC pessoal durante o período de inactividade para receber de servidores de investigação parcelas de ficheiros resultados de investigação em diversas áreas como o virus da SIDA, o cancro ou a descodificação do Proteoma Humano, entre outros.
Assim, enquanto vai fazer um xixi, fumar um cigarro ou ter relações sexuais (para quem tem essa sorte...), de cada vez que deixa o seu PC ligado sem lhe estar a mexer, pode estar a contribuir para qualquer uma destas causas...
O World Community Grid constitui assim um programa de computação em grelha e, tem associado um sistema de atribuíção de pontos, em função da quantidade e qualidade dos dados computados pelo(s) seu(s) PC(s)...
O Moinantes, também pelo seu carácter humanista, juntou-se assim a este projecto à cerca de 2 anos e meio e ontem atingiu a fantástica soma de 1.000.000 de pontos, o que faz do Moinantes estar entre os 14.000 utilizadores mais contributivos em todo o mundo e em 48º lugar no ranking nacional.
Se em Portugal os utilizadores são pouco menos de 1500 com perto de 6.000 pc's , em todo o mundo são mais de 450.000 com mais de 1.000.000 de computadores...
Deixo mais uma vez aqui o apelo aos vários moinantes e restantes ruminantes de 2 ou mais patas que visitam este balde de cócó que é este blog, que se juntem a este projecto... É gratuito, não custa nada a inscrevre-se e sobretudo não sobrecarrega o vosso PC pois apenas actua como um screen saver (protecção de ecrã)... assim que retomem o controlo do vosso pc, o processamento fica parado e não torna o PC mais lento...
Fica o link http://www.worldcommunitygrid.com/ e juntem-se à equipa do moinantes em
http://www.worldcommunitygrid.org/reg/viewRegister.do?teamID=14RXM39WQ1... e se precisarem de ajuda, avisem que eu ajudo a instalar... e de borla...
Assim, no vosso trabalho, enquanto estiverem a coçar micoses antigas e a ronhar, ponham pelo menos os vosso PC's a fazer alguma coisa... ou seja...Façam alguma coisa enquanto não fazem nada...
E se o chefe chegar e perguntar o que estão a fazer podem sempre responder que estão a fazer investigação... fixe, né?
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
João Aguardela (1969-2009)
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Parabéns, Moinantes...
domingo, fevereiro 08, 2009
Ne me quitte pas - Jacques Brel
Uma das canções da minha vida...
A letra é simplesmente das mais belas coisas que já se fez...
Composta e escrita em 1959 por Brel, é dedicada a Suzanne Gabrielle, sua ex-mulher, durante a sua separação...
Pode ver aqui no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=zIP9UHtvk1g&NR=1), a mais bela das interpretações de Brel, com a mais fogosa e sentida interpretação de uma música que alguma vez alguém teve, ou terá... e com tradução em Portugês, para quem não é familiar com a língua francesa...
De cortar a respiração...
"Ne me quitte pas" - Jacques Brel
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit deja
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
Moi je t'offrirai
Des perles du pluie
Venues de pays
Oui, il ne pleut pas
Je creus'rai la terre
Jusqu'apres ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je f'rai un domaine
Où l'amour s'ra roi
Où l'amour s'ra loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insenssé
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants la
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te racontré
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est parait il
Des terres brulées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
Ne me quitte pas
Je n'vais plus pleurer
Je n'vais plus parler
Je me cacherai la
A te regarder
Danser et sourire
Et t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse'moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas...
sexta-feira, janeiro 23, 2009
37 anos - O Ano da Busca - The Quest
domingo, janeiro 18, 2009
José Carlos Ary dos Santos - Estrela da Tarde
José Carlos Ary dos Santos, construiu um conjunto de poemas para muitas canções de Festival da Canção, mas foi a sua mensagem e a forma subliminar como escrevia que a mim me marcou.
Poemas como "O Homem da Cidade" ou "Estrela da Tarde", foram marcos e, não obstante eu quase achar que "desmembrar" poemas destes seja quase um crime, queria deixar-vos uma análise pessoal sobre a fonética do poema "Estrela da Tarde".
A forma como está escrito e a maneira como Ary dos Santos manobra as palavras em função das situações, é simplesmente delicioso.
Fica aqui o poema na íntegra, leiam-no despreocupadamente e depois leiam a minha análise:
Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca, tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhámos tardámos no beijo que a boca pedia
E na tarde ficámos unidos ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Foi a noite mais bela de todas as noites que me adormeceram
Dos nocturnos silêncios que à noite de aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram
Foram noites e noites que numa só noite nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Análise:
Se repararem, a primeira parte do poema fala-nos da "Tarde", que reflecte o prelúdio do final, que pode ser da vida ou de um objectivo a alcançar. Essa Tarde transmite-nos a força, a ansiedade, a fúria e a vontade de "ter" ou de "viver", e para realçar esse sentimento o poeta utiliza a forma fonética dos érres, como que um gritar oprimido, uma ansiedade incontrolável, o desejo sem ponderáveis. Vou apenas extrair as palavras-chave para poderem constatar:
Tarde, esperava, tardavas, entardecia, tarde, tardando, mordia, tardia, tardámos, ardendo, morria, tarde, para haver.
Reflecte assim a "Tarde" ansiosa que antecede a "Noite" mais tranquila, o atingir dos objectivos, o adquirir, o obter, o chegar...
O poema tem uma passagem anterior à "Noite" que é a "Estrela da Tarde", aquela que chega quando ainda não é noite, no lusco fusco, o ponto de viragem. O Poeta faz neste ponto a passagem da "Tarde" para a "Noite", dos sons érre para os sons ésse.
Amor, tarde, corpo, guarde - érres
Certeza, Se tu és, se és, tristeza - ésses
Depois, na segunda parte do poema, vem a "Noite" que corresponde ao atingir do objectivo que vai terminar com a ansiedade, e com ele vem a calma, a tranquilidade e o descanso. Para esse efeito o Poeta utiliza desta vez a fonética mais suave dos sons ésses, como que um acalmar da fúria, um sussurro. Vou apenas extrair as palavras-chave para poderem avaliar:
Todas, noites, adormeceram, nocturnos, silêncios, aromas, beijos, encheram, nossos, dois, corpos, cansados, adormeceram, estrada, festa, fizeram, noites, só, nos, aconteceram, todas, precederam, mais, daqueles
No final desta segunda parte, o Poeta retoma a ansiedade com a perspectiva do abandono e o voltar da ansiedade, com um encadear do som ésse e com uma nova e única volta ao som érre, como é possível de ver nas duas últimas passagens, terminando a "Noite" de ésses com um forte érre de "morreram":
Era a noite mais clara daqueles que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto se amarem, vivendo morreram
E para o final, deixa o clímax da confusão dos sentimentos com a fúria da ausência numa outra "Tarde" que antecederá a calma e a suavidade de uma nova "Noite", misturada de forma sublime. Eis aqui primeiro os érres da "Tarde":
Eu não sei, meu amor, se o que digo é ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo e acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste dum triste e profundo recanto
Para iniciar o final, volta novamente os ésses de uma outra "Noite"
Essa noite em que cedo nasceste despida de mágoa e de espanto
E a última frase do poema, a chave de ouro, é o mesclar dos sons, culminando o clímax com uma esperança de voltar a "ter", sabendo no entanto que terá que voltar a passar pelo mesmo caminho, "Tarde", "Estrela da Tarde" e "Noite":
Meu amor, nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!
Esta é a minha análise "cientifica" deste magnifico poema que vos deixo o conselho de relerem agora o poema novamente, para que possam apurar o que refiro nesta minha análise.
Leia-no captando sobretudo a beleza latente nas sua palavras e nos sentidos que o poeta terá querido dar aos escrever, incorporando com os nossos próprios sentimentos e interpretações. Essa é a verdadeira essência da poesia.
Cabe-me apenas concluír dizendo que o que aqui escrevi é a minha análise e é mesmo só minha e muito própria, pois pelo menos nunca ouvi ou li nada neste sentido... Nem sequer sei, ou virei a saber, se esta era mesmo a idéia do poeta ao escrever este poema ou se a caneta o "guiou" neste caminho... mas quando falamos de Ary dos Santos, há que pensar que nada era feito ao acaso... e são muitas coincidências...
segunda-feira, janeiro 12, 2009
Moça...
terça-feira, janeiro 06, 2009
Fotos - Fonte da Telha
domingo, janeiro 04, 2009
Será?
Uns porque dizem que não canta nada;
outros porque dizem que é um vaidoso pretencioso e que não canta nada;
outros porque dizem que é um gajo do Porto e que não canta nada
e outros ainda dizem que não gostam dele porque... não canta nada!! pronto!!
Eu pelo contrário, gosto de Pedro Abrunhosa, apesar de achar que ele de facto não canta nada...
No entanto, acredito que as músicas, e sobretudo os poemas que ele canta, só fazem sentido, porque são cantados por ele... se fossem pelos Anjos, ou pelo Paulo Gonzo, ou pela Mariza, não faziam qualquer sentido...
Outro exemplo do que acabo de vos dizer são os Xutos & Pontapés: por exemplo aquela música do filme "Tentação":
"O nosso amor, de sempre/Brilhará p'ra sempre/Ai meu amor/o que eu já chorei por ti/mas sempre/p'ra sempre, vou gostar de ti..."
Zé Cabra, esse portento da música nacional, recusou-se a gravar este tema porque o achava "sem qualquer sentido e que não se encaixava dentro do género músical que ele representa...", comentou o cantor. Acredito que se ele gravasse este tema, toda a malta gozava com o homem porque as músicas dele não tinham conteúdo nem qualquer sentido...
Porém, cantadas (mas sobretudo tocadas...) pelo Xutos, a coisa soa bem e já são uma "granda malha"... e porquê? Porque há músicas (letras e/ou músicas) que "são" de cada banda pela forma como as executam... e é por isso que eu gosto de ouvir Pedro Abrunhosa.
E hoje, estava eu nas minhas tarefas domésticas, quando resolvi, para aliviar a pressão, pôr uma musiquinha e escolhi da minha playlist, Pedro Abrunhosa. E às páginas tantas toca uma música que eu sempre gostei especialmente, que é o tema "Será", que quer pela sua energia musical como que contida (parece que está prestes a "explodir" mas nunca "explode"), quer pelo magnífico poema, que encaixa deliciosamente bem na (minha) ideia de boa música...
E se há alturas da nossa vida que parece que há músicas feitas a pensar em nós... gaita, esta música e esta letra são e-x-a-c-t-a-m-e-n-t-e o que sinto neste momento... confesso que é arrepiante...
E não obstante ser um "musiqueta" de dois acordes que, aliás, até são três: Ré menor, Ré sus e Sol Menor, mas como o Ré sus é um acorde "suspendido" e de passagem, confesso que nem conto com ele... (nota de "músicólogo" da treta...), criou-se aqui um trinómio fabuloso: a letra, a música e o executante. Tirem então um destes factores ou troquem-no por outro e, por muito boa que seja a letra, a música ou o executante, todo efeito se perde... é assim que se nascem os êxito...
Deixo-vos a seguir a letra e podem ouvir a música no player no topo deste blog (basta clicarem nas setas para a esquerda ou direita até localizarem o tema...)
"Será"
Será que ainda me resta tempo contigo,
ou já te levam balas de um qualquer inimigo.
Será que soube dar-te tudo o que querias,
ou deixei-me morrer lento, no lento morrer dos dias.
Será que fiz tudo que podia fazer,
ou fui mais um cobarde, não quis ver sofrer.
Será que lá longe ainda o céu é azul,
ou já o negro cinzento confunde Norte com Sul.
Será que a tua pele ainda é macia,
ou é a mão que me treme, sem ardor nem magia.
Será que ainda te posso valer,
ou já a noite descobre a dor que encobre o prazer.
Será que é de febre este fogo,este grito cruel que da lebre faz lobo.
Será que amanhã ainda existe para ti,ou ao ver-te nos olhos te beijei e morri.
Será que lá fora os carros passam ainda,
ou estrelas caíram e qualquer sorte é benvinda.
Será que a cidade ainda está como dantes
ou cantam fantasmas e bailam gigantes.
Será que o sol se põe do lado do mar,
ou a luz que me agarra é sombra de luar.
Será que as casas cantam e as pedras do chão,
ou calou-se a montanha, rendeu-se o vulcão.
Será que sabes que hoje é domingo,
ou os dias não passam, são anjos caindo.
Será que me consegues ouvir
ou é tempo que pedes quando tentas sorrir.
Será que sabes que te trago na voz,
que o teu mundo é o meu mundo e foi feito por nós.
Será que te lembras da côr do olhar
quando juntos a noite não quer acabar.
Será que sentes esta mão que te agarra
que te prende com a força do mar contra a barra.
Será que consegues ouvir-me dizer
que te amo tanto quanto noutro dia qualquer.
Eu sei que tu estarás sempre por mim
não há noite sem dia, nem dia sem fim.
Eu sei que me queres, e me amas também
me desejas agora como nunca ninguém.
Não partas então, não me deixes sozinho
Vou beijar o teu chão e chorar o caminho.
Será...
Letra e Música - Pedro Abrunhosa