segunda-feira, março 30, 2009

quarta-feira, março 25, 2009

Benfica-Sporting - A final da Taça da Liga

No passado dia 21 de Março de 2009 decorreu no Estádio do Algarve a 2ª final da Taça da Liga que colocou frente a frente as equipas do Sporting Clube de Portugal e do Sport Lisboa e Benfica.
O trio de arbitragem era chefiado por Lucilio Batista e estavam criadas as condições para um bom espectáculo de futebol, um clássico sempre muito aguardado.
O jogo começou e desde cedo se deu conta que seria um jogo muito esforçado e pouco jogado, apesar da qualidade dos intervenientes de parte a parte. O Luisão teve duas entradas duras logo no inicio da partida que seriam passiveis de pelo menos um cartão amarelo, o Reyes teve também uma entrada dura sobre o Rochembak que poderia ter visto um cartão de uma cor mais condizente com a sua camisola.
No entanto, da parte do Sporting, também tiveram a sua quota de entradas duras e de jogadas menos sérias, em especial por parte do Derlei, Pedro Silva e Andersson Polga.
O resultado chegou ao intervalo com um natural 0:0 e com 11 jogadores para cada lado, o que creio que, nesse aspecto, a coisa poderia ter tido um desfecho diferente.
A segunda parte começa praticamente com o golo do Sporting, logo aos 3 minutos de jogo, resultado de uma boa jogada pelo lado esquerdo, onde o Bruno Pereirinha aproveitou muito bem uma bola rechaçada pelo poste a remate de Liedson para a colocar no fundo da baliza de Quim, abrindo desta forma o activo.
O jogo continuou a desenrolar-se a um ritmo muito fraco, com as duas equipas a praticarem um mau futebol e as oportunidades a não aparecerem.
No entanto aos 73 minutos acontece o caso que marcou o jogo. Di Maria ganha a posição sobre Daniel Carriço na entrada da área e quando procura ultrapassar o lateral Pedro Silva, o árbitro assinala grande penalidade. Nos três a quatro minutos subsequentes à marcação da falta de castigo máximo, damos conta de um diálogo entre o árbitro principal e o seu assistente, José Cardinalli. Os jogadores do Sporting cercam o árbitro e o auxiliar, e parecem gritar que o auxiliar estará a indicar ao seu chefe de equipa que não teria sido penalti.
Após a repetição da SIC, nós os telespectadores a ver a transmissão em casa, damos conta que não seria grande penalidade pois o jogador do Sporting toca a bola apenas com o peito.
No entanto, Lucilio Batista assinala mesmo a grande penalidade e expulsa o defesa do Sporting, Pedro Silva, por acumulação de cartões amarelos.
Reyes acaba por converter o castigo máximo e empata a partida, resultado que se manteve até ao final dos 90 minutos regulamentares.
De acordo com as regras da Liga, em caso de empate não haveria lugar a prolongamento pelo que a partida passaria de imediato para a conversão de uma série de grandes penalidades.
Nesse particular, o Benfica esteve melhor, tendo o guarda redes Quim defendido 3 grandes penalidades a remates de Rochembak, Derlei e Postiga. Pelo lado do Benfica, falhou ainda Pablo Aimar permitindo a defesa a Tiago e Katsouranis que atirou por cima e ao lado. No entanto, o penalti derradeiro acabou por ser marcado pelo ex-jogador do Sporting e actual médio benfiquista, Carlos Martins, acabando assim por conquistar o troféu para o clube das águias.

E aqui acabou o jogo...

Hoje, dia em em faço este post, dia 25 de Março de 2009, ou seja, 4 dias depois do jogo, aconteceram coisas fantásticas.
O Lucilio Batista veio à televisão e confirmar que se tinha enganado e que assinalou o penalti por "percepção". Relativamente à conversa com o seu auxiliar, afirmou que o mesmo lhe tinha dito que não tinha visto o lance e que não podia afirmar se seria penalti ou não.
Como resultado desta trapalhada, o Sporting sentiu-se roubado e deixou a presidência da Liga de clubes alegando que não se sente representado pelos orgãos da liga, nomeadamente no que concerne ao Conselho de Arbitragem.
Todos os sportinguistas conhecidos e desconhecidos se sentem todos roubados, chegando mesmo o comentador afecto ao Sporting no programa "Trio de Ataque", emitido pela RTPN, considerar que o(s) erro(s) do árbitro foram "premeditados" e que o seu interesse era exclusivamente sabotar a partida para favorecer o Benfica, ou pelo menos prejudicar o Sporting.

Ora bem, o que me levou a escrever este post foi mesmo esse programa e esses comentários de miúdo feitos por um homem que até me parece ser sério mas que perde toda a compostura quando fala do Sporting. E custa-me ver sobretudo toda a palhaçada que está a ser mediaticamente criada à volta deste assunto.

O Benfica e muitos benfiquistas, disseram publicamente que de facto o penalti não existiu e que o árbitro errou. Mas errou este em desfavor do Sporting como muitos outros os fizeram a favor do mesmo emblema. E todos os fins de semana, vários clubes se sentirão "roubados" por decisões erradas das equipas de arbitragens. Ainda à bem pouco tempo me recordo de um jogo em Itália, salvo erro o Inter-Milan, em que o Adriano marcou um golo com a mão... literalmente com a mão...
Bom eu nem quero imaginar o que isso seria...
E confesso que o Sporting até é dos clubes que tem tido alguns "empurrões" bem jeitosos das arbitragens, até mesmo com o Lucilio Batista, mas como todos os outros clubes, têm também sempre algo a apontar quando perdem por um erro dos árbitros.
Pois o que digo e acho lamentável e vergonhoso nestas alturas é que os clubes se refugiem, mesmo com razão como é o caso, em desculpas esfarrapadas e birras dignas de miúdos. Se o Sporting tivesse jogado mais, marcado mais golos, certamente que o erro do árbitro não teria o mesmo impacto. Mas agora pergunto eu: Quantas vezes não foi o Sporting "ajudado" com decisões erradas e se manteve caladinho como um rato? Ainda me lembro de um pretenso penalto do Caneira, quando jogava no Benfica, sobre o Jardel, que nos valeu uma subtração de pontos (confesso que não me recordo se empatámos ou se perdemos...) e que na altura os dirigentes terão dito qualquer coisa como "o árbitro é soberano! Assinalou, está assinalado..."

Ora porra!!

O árbitro é soberano quando nos dá jeito mas quando não dá já é ladrão e corrupto... E depois ainda abandonam a direcção da Liga de Futebol alegando que não são defendidos os seus direitos!?!
Os seus direitos!?! Mas eles (e todos...) estão na liga para defender os seus direitos particulares de cada clube ou para defender os direitos gerais do futebol!?!


Como nota final quero apenas deixar mais uma ideia, já muito veiculada no vários meios de comunicação e muitas outras pessoas ligadas ao futebol, que se prende com a utilização de meios televisivos e tecnológicos para apurar a veracidade de alguns lances.

Nas passadas semanas, acompanhei no canal ESPN America, o campeonato do mundo de Basebol, que teve lugar em Porto Rico.
A determinada altura do jogo ocorreu uma dúvida com o envio de uma bola tacada e que bateu num placar fora da área de jogo e voltou para dentro do campo. O defesa apanho a bola, etirou-a para os seus defesas nas zonas de bases e anulou a corrida do batedor.
Os árbitros, perante esta dúvida, retiraram-se por 6 minutos e analisaram as imagens televisivas. quando voltaram, apuraram de facto a verdade desportiva de que a bola tinha batido fora do campo e nesse caso era considerado "Home Run", o que permitiu ao batedor correr as bases todas sem interferência pois é como se tivesse enviado a bola para fora do campo.
No oráculo que passava durante esses 6 minutos, apareceu descrito as regras em que a análise televisiva era aceite: "Em caso de dúvida num "Home Run" e em caso de eliminação de jogador na última base, ou seja quando se converte ponto no basebal"
Realço ainda que os comentadores se referiram a este período de 6 minutos bastante exagerado uma vez que habitualmente os assuntos são resolvidos de uma forma muito mais célere.

Neste ponto os defensores do futebol total irão dizer que tal não é exequível pois "quebra o ritmo do jogo e pode dar lugar a lesões dos jogadores por estarem parados tanto tempo".

6 minutos... 6 minutos no máximo!?! Vão mas é à fava!! Não existe é vontade de resolver este assunto pelos organismos como FIFA e a UEFA, pois assim não haveria maneira de dar o "colinho" que certas equipas, países ou selecções nacionais tanto precisam para atingir os seus objectivos. E cada dirigente, cada equipa, cada Liga, cada Federação Nacional tem o dever de se revoltar é sobre estes problemas, não sobre se o Pedro Henriques assinalou falta por mão do Miguel Vítor ou se o Pedro Silva cortou com o peito e afinal o Lucilio Batista teve a percepção que foi com a mão...

Pergunto eu quanto tempo se perdeu no passado dia 21 no jogo Benfica-Sporting, desde que o lance foi assinalado (mal...) até que se converteu o livre de grande penalidade? Se calhar, bem mais de 6 minutos... e ainda por cima com uma decisão errada...

Bom, uma coisa é verdade, os jogadores não estiveram parados... pelo menos os do Sporting estiveram o tempo todo a correr do fiscal de linha para o árbitro e vice-versa a dar empurrões e "peitadas"...

Não seria mais simples definirem por exemplo a seguinte regra, tal como vi no basebol:

Determinar-se que teria que haver análise televisiva, desde que os meios estivessem disponíveis, p.ex., apenas nos seguintes casos:

- Grandes penalidades
- Cartões vermelhos directos ou por acumulação

No caso das bolas que entram na baliza e que não são assinalados os golos, o chip na bola resolveria o problema de uma vez por todas, podendo mesmo ser alargado o seu âmbito a todas as linhas limitrofes do terreno de jogo (linhas laterais e de cabeceira).

Desta forma, apenas seria do interesse dos jogadores que, em vez de passarem 6 minutos a correr atrás dos árbitros e a dar "peitadas" que não são registadas em relatório, bastava que descontraíssem um pouco, fazendo uns alongamentos ou mantendo-se quentes correndo no campo, com o apoio dos treinadores e dos preparadores fisicos. Após se determinar se a situação era correcta, a mesma determinava-se conforme o decidido. Se a decisão fosse errada, o processo revertia, ou seja, o penalti não seria assinalado ou o cartão vermelho não seria aplicado, e o jogo era reiniciado com uma bola ao solo numa zona neutra do campo, a definir.

Em suma, lamento pelo Benfica e como benfiquista que não tenhamos ganho o jogo de forma limpa, ainda que sem responsabilidade directa, mas lamento ainda mais pelo Sporting pela forma infantil e desproporcionada como está a tratar deste assunto.

E não se esqueçam... Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao vizinho...

Cá estarei para ver

sábado, março 14, 2009

Top Gun By Tarantino




Pois é, camaradas, hoje caiu por terra um dos meus mitos da adolescência...

Quando eu era miúdo, era assim:

Não tinha consciência social, não tinha conceitos do que seria a realidade da vida, que a minha vida se resumia a estar acordado ou estar a dormir, de beber cervejas ou TriNaranjus de laranja, que era um puto pouco imberbe, com um buço à Charles Bronson, inexperiente, sexualmente subaproveitado, com cara de idiota, que tinha a mania que era giro, que andava de bicicleta todo o dia e armado em parvo, de 16 anos (*), e que tinha a mania que era o Top Gun.

(*) - aponto apenas que todos os adjectivos que me descrevem se mantêm perfeitamente actuais com excepção do buço à Charles Bronson que desapareceu e da idade que passou de 16 para 37...


O Top Gun, para quem não sabe, foi um filme que apareceu em meados dos anos 80 daqueles de aviões e de tipos de óculos escuros, casacos de aviador que conduziam motas rápidas e eram pilotos de aviões.

Um filmito daqueles que actualmente se podem comparar a um Camp Rock ou a uma Hanna Montana, mas com sexo e asneiras.

Mas quando eu era miúdo, aquilo era o máximo... e toda a gente queria ser o Top Gun... e eu também.

No entanto, ao fim de mais de 20 anos, descobri que afinal o Top Gun não é um filme de gajos másculos que sacam miúdas nos bares a cantar músicas dos Righteous Brothers nem conseguem ter sexo consumado (mesmo consumado, com "coisanço" e tudo...) com tipas louras e giras e pilotar máquinas caras e velozes. O Top Gun é antes sim uma sublimar história de homosexualidade bem ao jeito de um Brokeback Mountain...

E quem é que descobriu isto? Nada mais nada menos que o meu guru espiritual, Quentin Tarantino.
Quentin Tarantino, um visionário que está para além do seu tempo, muito provavelmente devido ao consumo abusivo de substâncias alucinógeneas ilegais, consegui ver o Top Gun de uma forma completamente diferente.

Em vez de ver um monte de testosterona com óculos escuros e casacos de cabedal, ansiosos de sexo a dois (sim, porque sexo a um tem outro nome...) e de demonstrarem a sua virilidade com todos os adereços, Tarantino descobre um bando de paneleirotes reprimidos sem coragem de se assumirem e que despejam as suas frustações em aviões e motas de alta cilindrada.

Assim, se algum de vocês, tal como eu, se sentiu enganado pelo Tony Scott ( o realizador de Top Gun) e só agora descobriu que, em vez de ser um macho infeliz poderia ter sido um alegre paneleiro, lamento que pensem assim, mas ainda vão a tempo. Assumam-se, gaita...

Quanto a mim, lamentavelmente, já não me sinto com disposição de mudar a agulha e passar-me para o inimigo, pelo que me resta seguir o meu infeliz caminho de macho alfa, mas sem fêmea nenhuma... nem alfa, nem beta nem zeta... o máximo que posso esperar talvez seja uma femêa Visa ou Unibanco... e mesmo assim, não é fácil, pois elas desconfiam sempre de tipos vestidos de casaco de aviador e óculos RayBan...

Apenas fico apreensivo com todos aqueles miúdos de 16 anos que hoje vejo com cabelos à Jonas Brothers e que, quando chegarem aos 37 anos acabem por descobrir que afinal, o tipo da guitarra "abafava" a palhinha aos outros dois e que a Hanna Montana afinal é uma lésbica assumida danadinha por uma boa lingere de silicone... Abram os olhos, miúdos...

Pois bem, sigam então este link abaixo para um pequeno video de pouco mais de 2 minutos onde poderão ver a magnifica explicação do Tarantino, onde ele desmonta o Top Gun de uma forma simplesmente sublime.

Abraços Moinantes