sexta-feira, dezembro 02, 2011

Leonel . (cap 2)


"Leonel" é uma história comovente de um pombo-correio que sofre de vertigens e que é constantemente perseguido pelos seu colegas e chefes.
A viver num pombal alugado em Chelas, Leonel é igualmente assediado pela sua ex-pomba que não só lhe leva todo o milho que ganha no final do mês como se enrolou com uma rola pensando tratar-se de uma pomba albina.
Um relato dramático relatado na primeira pessoa e que aborda temas importantes da nossa sociedade actual, como por exemplo... hum... hã... o coiso!



"Leonel"


Capitulo 2


Se há coisa que eu detesto é acordar com o barulho dos carros. Deixam-me logo mal disposto para o resto do dia. É o barulho e a pior ainda, é a fumarada… muito fumo largam estes humanos para a o ar… Merecem bem cada cagadela que lhe damos….

Por falar nisso… vou ali ao candeeiro já venho. 

Este é um bom candeeiro, pois da parte de trás tem um telhado e, virado para ali não me parece estar tão alto. E assim posso estar a mandar o meu “fax matinal” sem as tonturas.
As tonturas (como eu me refiro às minhas vertigens…) começaram quando o Herculano, o meu irmão, um dia na brincadeira de miúdos, me empurrou de uma ponte na Calçada de Carriche.
Não estava à espera e por pouco não acabei encastrado na grelha de radiador de um Volvo da Carris… ainda levei uma valente trombada, enrolei-me debaixo de uma mota e fui atirado para a berma.
Miraculosamente e passado umas horas, acordei debaixo de umas folhas de jornal na berma da estrada. E quando já toda a gente pensava que eu era um Pombo do Além, arrastei-me caminhando e cheguei a casa.
A receção foi inesperada, sobretudo do meu pai:
- Mas este gajo ainda é vivo?!? Chiça!!
O Herculano estava sem palavras e até com um ar assustado e quando me atirei a ele para lhe partir as fuças, o tipo desata a esvoaçar em direção a um telhado e pumbas… foi aí que se deu a primeira tontura…
AHH! O planeta virou-se de patas para o ar, tudo ficou turvo e eu estampei-me contra o telhado de zinco do pombal e vomitei-me todo.
“Mas que merda vem a ser esta, pá?” gritou o Lopes, que era o senhorio do pombal. “Então não é que o miúdo se gregoriou todo contra o telhado”, gritava ele enquanto todos se riam da minha poça de vomito… Provavelmente o escape da CBR deve-me ter afetado qualquer coisa no miolo…
Nunca mais gostei dos escapes. Além de mandarem fumo e barulho, foram os causadores das minhas tonturas. MALDITOS SEJAM, seus tubos de metal fumegantes!!

A partir desse dia, escusado será dizer, passei a ser o bombo da festa do resto do pombal… levava porrada de todos (até do Marreco…e do coxo… e do cego…) e o pessoal só tinha de fugir para um sítio alto e gozar a cena… (Mariconços… eles que viessem cá abaixo que mostrava-lhes como era…)

E voar, consigo? Atualmente, consigo voar, mas só mesmo assim rentinho a chão…

E perguntam então vocês: Mas então para que merda serve um pombo que tem vertigens…
Bom… basicamente para nada.

No entanto, consegui trabalho como pombo-correio que um primo da Larissa ( a minha pombinha albina…) me arranjou. Não posso assim fazer viagens muito grandes, mas assim aqui pela zona, sem muitas cambalhotas, a coisa ainda se faz…
Agora, noutro dia, mandaram-me fazer uma entrega ao 15º andar da Torre das Amoreiras e foi um fartote. Não é todos os dias que se vê um pombo-correio à espera de elevador, né?

(… uma lágrima.)

Ah… maldito milho…

(…)
Bom… agora é arrancar para o escritório que ainda levo um bocadinho a chegar lá… isto a direito e pelo ar seria um saltinho… agora a pé… uff!!

- Leo, vai-te lavar que andas cheio de piolho – gritou a Larissa lá do bacio da água
Piolhos!! Piolhosa é ela… eu terei, vá, uns 3 ou 4… mas não mais do que isso…
- E despacha-te que eu ainda tenho de deixar um grão de bico na minha mãe…

Ui… a sogra! Outra que tem a mania que é rôla… Nunca gostou de mim, mas isso deve ser da frustração… O marido um dia saiu de casa para ir comprar sementes e nunca mais apareceu… dizem que pousou num cargueiro filipino ali para o cais do Sodré e nessa noite houve arroz de pombo…

- Vou sair para o trabalho… sabes bem que ainda demoro…
- Mas já que não vais a voar, por que não apanhas o 81 que pára em Santa Apolónia?
- Porque o autocarro é ALTO, porra…!! Sabes bem que me faz espécie ir ali ao vento e capaz de cair dali abaixo…
Além de que, lá de cima não se vê bem o nº do autocarro e uma vez apanhei o 44 por engano e fui parar a Moscavide… e ainda tive de fugir de uns paquistaneses esfomeados que correram atrás de mim com olhos de quem me filava se eu não corresse para dentro de um cano de esgoto…
Sei que foi uma fuga de merda, mas em momentos de aperto, a malta nem pensa…
Olha… por falar em momentos de aperto…

(… outra lágrima)

Ahh! Este doeu…

- LARISSAAAA!!
- O que é?!? Diz, que me estou a arranjar…
Arranjar, o quê? Muita merda tem as mulheres que fazer antes de sair… é polir a anilha, ajeitar as penas do cú, limpar o bico, arrumas as asas…
- Vê se passas pelo mercado e vê se me trazes qq coisa diferente de milho que tou outra vez a ficar preso dos intestinos.
- Olha-me o lorde, hein?!? Queres o quê? Sementes de linhaça? Olha, traz mais dinheirinho que a gente logo fala… para já, comes milho que já é muita bom…
- Mas tu queres ver que eu tenho de ir aí abaixo e partir-te a…

UI… Tontura!!

- Ó Leo, tu não me chateies com essas mariquices, pá… Olha, eu como o milho e ando bem. Voasses mais e não andasses tanto a pé!! Onde é que já se viu, um “pombo caminhante”… devias era deixar de ser pombo correio e seres pombo –peregrino… punhas assim um colete refletor como os humanos e era ver-te direito a Fátima…
“Hum…” - pensei cá para mim - “Se calhar devia…”
Ajeitei as penas do pescoço para cima, e meti-me ao caminho do trabalho…

“Se calhar, devia…”

sábado, novembro 26, 2011

Leonel . (cap 1)

"Leonel" é uma história comovente de um pombo-correio que sofre de vertigens e que é constantemente perseguido pelos seu colegas e chefes.
A viver num pombal alugado em Chelas, Leonel é igualmente assediado pela sua ex-pomba que não só lhe leva todo o milho que ganha no final do mês como se enrolou com uma rola pensando tratar-se de uma pomba albina.
Um relato dramático relatado na primeira pessoa e que aborda temas importantes da nossa sociedade actual, como por exemplo... hum... hã... o coiso!



"Leonel"


Capitulo 1

Uhu!
O Verão estava a terminar e o vento fresco de final de tarde soprava-me nas penas do cú, causando-me um ligeiro arrepio nas asas. “Mau!! Paneleirices ou quê?”.
Larguei uma cagadela, pelo sim pelo não...
“Deve estar a mudar o tempo” - pensei - “tou aqui com uma puta de uma pontada numa pata que até a anilha me está a apertar”…

Uhu!

Ah…A minha anilha… ainda me lembro quando a apertaram com o alicate de apertar anilhas. Era jovem, tinha sonhos…Sonhava ser um super-pombo… ou um pombo de cinema. Fazer publicidade, comer ameixas e sementes de linhaça… e ter um pombal duplex em Camarate, cheio de pombas albinas.

Uhu! Uhu!

- CHIÇA!! Cala-te com essa merda do Uhu! O que é, mulher??? – gritei eu para a minha companheira, que estava na manjedoura mais abaixo…


UI!!… uma tontura. Estas tonturas! Malditas tonturas!!!!


- Vem jantar que o milho está na mesa…


Milho, milho e milho…sempre a mesma treta de milho transgénico… ninguém me tira da cabeça que as tonturas são da merda do milho transgénico…


- E não olhes pra baixo, Leo… Sabes bem que ficas mal disposto…
- Tens medo que vomite, é?!? Mas quando vomitei para ti a primeira vez para fazermos amor não te importaste?!?
- Mas quantas vezes tenho que te dizer que eu sou uma rola, Leo… Nós não gostamos dessas porcarias de pombo de vomitar andes de pinar… nós damos assim umas bicadas de preliminares e pronto… eu só me vomitei porque fique mal disposta…


Uma Rola… bah! Uma pomba albina, armada em rola…


Encontrei-a uma tarde no jardim do Principe Real, toda janota. Cheguei-me a ela com o meu andar à Jardel e ela correspondeu com um Uhu!.
“Ai é…” pensei eu  “ então toma lá” e pumbas!! Vomitei-lhe para a ventas!
Ela pareceu-me meio espantada inicialmente, mas como se vomitou toda de volta… trufas… saltei-lhe para cima e pronto. Era minha!!… Uma pomba albina, como sempre sonhei…


E ela continua a dizer que é uma rola… bah!


Desci para a manjedoura, agarrado ao corrimão e sem olhar para baixo. Sentei-me à manjedoura e não sei porquê, não fiquei surpreendido:
- Outra vez milho?
- Queres o quê? Ameixas? Se não fosse a mula da tua ex-pomba que te esmifra o salário todo…
- Esta merda deste milho transgénico faz MAL, percebes? MAL!! Outro dia caguei um grão inteirinho!! Ainda me dói o cú… Achas isso normal!?!
- Olha… Arranja outro trabalho. Larga essa merda dos correios…
- e faço o quê, hã? Vou para a Avenida da Liberdade cagar nos humanos?
- O Herculano está lá e ganha mais que tu…
- O Herculano, o Herculano… não há conversa de milho que não acabe na merda do Herculano…
- Não fales assim do teu irmão!! Ele é que nos tem ajudado. Ou já te esqueceste quando estiveste de baixa com a asa partida. Quem é que punha o milho na manjedoura?
- Sabes bem que não posso ir para a Avenida… um gajo passa o dia nos beirais e sabes bem como é a minha pontaria quando tenho as… as tonturas…e ali ganha-se à comissão… se não se acerta não se ganha.
- Mas o Herculano…
- Cala-te com a merda do Herculano e deixa-me comer!!… olha…vai para dentro e não me chateies!!
- És um chato, é o que és… - resmungou ela enquanto arrastava o seu cú branco para a casota.


O Herculano… Sempre o Herculano… Só porque tem um pombal em Camarate e trabalha na Avenida. Bah!


“Um dia… um dia eu vou-lhes mostrar como é”, pensava eu enquanto bicava um grão de milho. Resolvi mastigar melhor assim que me repelou o cú por causa do sacana do grão inteiro…

Uhu!

quarta-feira, agosto 17, 2011

A próxima aventura Velocipédica

Aqui vem a minha proposta para os valentões do pedal... inscrições limitadas aos primeiros 5 a "chegarem-se à frente"...


A próxima aventura já está na forja, ou pelo menos, na minha cabeça...

 
Trajecto: Setúbal - Sagres
Data prevista: Finais de Setembro/inicio de Outubro de 2011
Percurso: preferencialmente, sempre junto à costa, por caminhos e estrada de terra (porém, o percurso ainda em análise, com detalhes mais em breve...)
Duração: 3 a 5 dias (depende do percurso que for...)
Etapas: 70 a 100 kms/dia de objectivo (pedalar de manhã, paragem para almoço com descanso e mais pedal até ao final do dia...) - sujeito a reavaliação
Pernoita: Campismo (parque de campismo ou praia)
Viagem de Volta: Comboio.

(...e não, não é ir de Setúbal até ao café mais próximo beber uma Sagres... é mesmo de Setúbal a Sagres, no Algarve)...

Alguém alinha? para finais de Setembro? ...alguém?

Vá lá pessoal, vai ser fixe... :-)))

Azeitão Fátima em bicicleta - as fotos devidas

Antes de sair de casa, manhã cedo e cheio de ganas...
O primeiro raio de sol do dia... Cabanas - Palmela

Poceirão

Arrozais em Santo Estevão

O descanso do guerreiro

O furo do costume... à saída de Benavente.

Almeirim - bom melão...

Calor em Almeirim...

Ponte da Chamusca - uma forma barata e bonita de atravessar o Tejo...




Golegã - a Capital do Cavalo


Quase em Torres... e como já doíam as perninhas...
Torres-Novas
Do meio da subida para Fátima... Torres Novas já ficou para trás...
 

...de rastos... uff!!

Mas acabei por chegar... ainda a 3 kms, mas para quem amarinhou a serra, estas últimas pedaladas são "rebuçados"

sempre a subir...

Já em casa, desmontadinha das malas e restantes apetrechos... prontinha para a terra...




e Pronto...

A próxima aventura já está na forja, ou pelo menos, na minha cabeça...

Trajecto: Setúbal - Sagres
Percurso: preferencialmente junto à Costa (porém percurso ainda em análise, com detalhes mais em breve...)
Duração: 3 a 4 dias
Etapas: 70 a 100 kms/dia de objectivo (pedalar de manhã, paragem para almoço com descanso e mais pedal até ao final do dia...) - sujeito a reavaliação
Pernoita: Campismo (parque de campismo ou praia)
Viagem de Volta: Comboio.

(...e não, não é ir de Setúbal até ao café mais próximo beber uma Sagres... é mesmo de Setúbal a Sagres, no Algarve)...

Alguém alinha? finais de Setembro? alguém?

Vá lá pessoal, vai ser fixe... :-)))

domingo, julho 24, 2011

A minha grande aventura Velocipédica (agora é que é mesmo...)

Em meados de 2008 nascia-me esta "coisa"...

Não, não foi um furúnculo...

Foi sim uma vontade de fazer uma Aventura Velocipédica desde a minha casa (perto de Setúbal) até Fátima (Ourém). podem ver o nascimento da cena aqui...

Pois bem, desde então muitas partidas foram abortadas (umas por falta de vontade, outras por falta de confiança, outras por falta de dinheiro e outras ainda por razões fisicas - uma entorse numa pata e um achaque nas costas...)

Mas desta, creio ser mesmo de vez...

Amanhã, dia 25 de Julho de 2011, pelas 6:00 AM, partirei para a minha primeira etapa - Azeitão - Benavente, 80 Kms.

Sim eu sei, não são muitos quilómetros, mas para mim já me parecem bastantes... sobretudo porque no dia seguintes farei mais outros 68 Kms até Torres Novas e na quarta feira, mais 46kms até Fátima e estes últimos a subir e bem!!

Assim, vou partir então amanhã pela fresca e conto estar em Benavente pela hora do almoço onde pararei e descansarei as minhas certamente muito amassadas pernas...

No entanto, como não vou a contra-relógio mas antes em ritmo de passeio, espero ter tempo e clarividência (e força nas canetas, pois claro...) para ir apreciando a paisagem e tirando algumas fotos e notas...

Por isso, quem quiser e tiver paciência, poderá acompanhar aqui as miseráveis notas que vou adicionando durante esta mais uma aventura das minhas... e quem sabe, a primeira de muitas mais.

Aí vou eu...

quinta-feira, junho 02, 2011

A Encruzilhada

E que tal ? Parece-lhe bem ?
  
     


Se não é um destes, dia 5 Junho, não se esqueça antes de pôr a cruzinha...


 

quarta-feira, abril 06, 2011

Moinantes ao Parlamento... e JÁ!!

Dia 7 de Fevereiro de 2005 nascia o blog Moinantes...

Este blog foi criado com dois objectivos únicos e complementares entre si :

- a difusão da parvoíce;
- castrar intelectualmente todos os seus leitores e torná-los umas bestas;

No entanto, cedo vi que tinha concorrência de peso:

- Os Partidos Políticos.

Os partidos políticos, que no fundo têm por base as mesmas directrizes que o Moinantes, têm porém uma diferença muito grande... aproximadamente 1 milhão de Euros de diferença... E dessa diferença nasce a terceira directriz dos partidos e que no fundo gera uma clivagem profunda:

- Arranjar uns tachos para família e amigos, para que toda a malta "mame";

Ora bem, como eu acho que esta cena de ser político não deve ser nada má, resolvi que quero ser político. No entanto, isto de ser político é uma vocação. E como em tudo na política, quem não tem vocação, aprende...

Resolvi então fazer uma pequena acção de formação de "Introdução ao Parlamentarismo" para poder ajustar o meu CV na hora de o enviar aos partidos políticos a candidatar-me a uma muito cobiçada vaga de político.

Assim, comecemos pelo programa de formação:

Programa diário:
- chegada ao parlamento - 12:00 (nunca antes... safa!!)
- entre as 12:00 e 12:30 - Cafézinho
- 12:30 às 16:00 - Almocinho
- 16:30 - Ir ao parlamento assinar o livro de ponto (opcional)
- se optar por não ir assinar o , no dia seguinte que for ao parlamento, às 12:30, depois do cafézinho, justificar a falta alegando "Trabalho Político".

Se for efectivamente ao parlamento, seguir o seguinte plano vespertino:

- 16:35 - Ver os mails engraçados enviados por amigos e colegas de outras bancadas:
- 16:40 - Sentar-se atrás do líder parlamentar e praticar alguns "Muito bem!! Muito Bem!!" e "É mentira!! É Mentira!!". NOTA: durante este processo, ter especial cuidado com ministros que possam fazer "corninhos" ou primeiros-ministros que comentem provocações da oposição com "Manso é a tua tia, pá..." ou outros "mimos" parecidos...
- 16:50 às 17:00 - Cafézinho
- 17:00 - Adeusinho que já são horas e a minha vida não é isto...

Este é o plano detalhado... Há um simplificado, mas eu optei pelo mais complexo... Depois, existem algumas disciplinas de especialização para o caso de se pretender enveredar por uma especialização. p ex.:

Especialização de Primeiro Ministro:
- Inglês Técnico - Só aos Domingo e Feriados
- Assinatura de Projectos de Arquitectura - apenas disponiveis em capitais de Distrito do Interior do País

Especialização para Presidente da Assembleia da República:
- Introdução às piadolas aos parlamentares novatos
- Técnicas avançadas de interromper parlamentares discursantes com frases do tipo "Pode concluír, Senhor deputado..."

-----*-----

Agora, só espero que ainda vá a tempo para as eleições de Junho... mas se não for, dou um telefonemazito a um Presidente de Câmara que eu conheço que dá um toquezito ao primo de um taxista suiço que conhece uma senhora em Felgueiras que por sua vez liga ao tipo que deu uma ajudinha a aprovar um centro comercial ali para Alcochete e a coisa arranja-se...

Moinantes ao Parlamento, JÁ!!

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Manila – Dia 4 – A suar como um “cavalo”…

Finalmente, o sol apareceu e com toda a sua força… Logo de manhã, assim que pusemos o nariz fora do hotel, o bafo quente da rua abafou-nos a respiração e fez com que o ar condicionado do hotel fosse um oásis distante …
Muito calor, sol abrasador e toda a gente na rua com sombrinhas abertas e a taparem as cabeças com tudo o que têm à mão – Livros, cartões, sacos de plástico, camisolas, lenços… o sol aqui nesta zona é muito forte e é muito comum ouvirmos na televisão ou na rádio a informarem que o sol é perigoso e que provoca inúmeras doenças de pele, como cancro e outras maleitas.
Por isso, e porque o sol é mesmo muito forte, toda a malta procura proteger-se do astro rei da melhor forma.
A noite foi bem descansadinha e nem o calor me acordou, e acabei por adormecer pela meia-noite e acordar à 8:00 da manhã. Bem fresquinho…
O dia de trabalho acabou por ser suave, pois estamos a ter um progresso bem bom, com a formação a ser realizada um pouco à frente do prazo, o que nos permitiu hoje ter um almoço um pouco mais alargado e aproveitámos para ir ao Mega Mall comprar as prendinhas para a família.

Antes fomos almoçar com a malta filipina a um restaurante chamado “Congo Grill”. Mais uns pratos tradicionais filipinos à base de carne de porco, chocos e uma espécie de amêijoas que estavam bem deliciosas. O prato mais estranho acabou por ser uma sopa de couves que tinha lá dentro… um bife… exactamente… um bife normal que é cozinhado dentro da sopa... mas que estava surpreendentemente bom. O outro mais estranho era um molho com umas peças de carne que acabei por não comer, e que, não sei porquê, fiquei desconfiado que teria algum tipo de carne de algum animal mais estranho, pois eles estavam algo risonhos entre eles sobre aquele prato. O meu colega ficou desconfiado que seria algum tipo de carne de macaco ou algo do género… Acabei por não provar pois encharquei-me em “bife na sopa” e não calhou… se me dissessem que era macaco ou cobra ou algo do género, teria provado de certeza…

Depois do almoço acabámos por ir então ao Centro Comercial para as compra numa loja chamada “Kultura Filipino” que é um espaço dentro de uma grande superfície denominada “SM” e que faz perecer um pouco o El Corte Inglés… No espaço Kultura Filipino comprámos alguns apetrechos tradicionais filipinos e que espero que a minha malta goste…
Tive de trocar mais dinheiro pois já estava curto de Php’s (pesos filipinos) mas achei os preços dos artigos bastante acessíveis tendo em conta o facto de serem coisas para turistas e que, sendo tradicionais poderiam ser um pouco mais "puxaditas…" mas não, tudo com preços bem normais.
Voltámos ao escritório pelas 15:00 e concluímos a tarde de formação pelas 18:00, com o calendário cumprido.

Ao final do dia, o céu escureceu rapidamente e começaram as trovoadas e alguma chuva, pelo que qundo saímos do escritório pelas 20:00 ainda apanhámos umas boas pingas de água.
Fomos jantar a um restaurante de grelhados onde comemos umas costoletas bem tenrinhas e um chá fresco tradicional (Ice Tea mas sem ser Nestea… era mesmo chá fresco…).
Acabámos a noite com uma pequena volta a pé pelas imediações do restaurante e até ao hotel, pelas 21:30, quando então finalmente fomos abordados por um taxista que nos perguntou se queríamos táxi para passear pela cidade. Como não estava nos nossos planos, acabei por lhe dizer que não queríamos ao que ele, ao bom estilo “pimp”, nos questionou logo de seguida:

“…and girls? You want girls? To massage you? I get girls to massage you…”

Claro que, à semelhança do passeio de táxi, também não estava nos nossos planos obter miúdas para nos massajarem. Aliás, sendo as nossas mulheres leitoras deste blog, nem poderia dizer outra coisa…
Assim, cabisbaixos e taciturnos, acabámos por recusar também o serviço oficial alternativo do Sr. Taxista e recolhemos, tensos e a pensar que deveríamos ter aceite a proposta do senhor…
E quando digo “aceite a proposta”, estava obviamente a referir-me, ao passeio de táxi proposto, claro…!
Mas pronto…
Amanhã é o último dia de trabalho em Manila e apenas nos resta depois o sábado que é o dia de viagem, onde temos avião às 11:35 da manhã, e que será apenas para acordar, apanhar o táxi e toma lá mais 20 e tal horas de avião que até “incha”…
Por isso, amanhã à noite escreverei o último capítulo deste livro “Manila” referente ao dia de sexta feira cá nas Filipinas, viajo no sábado e depois só no domingo poderei actualizar aqui no moinantes a viagem de volta a Portugal…
Vamos ver se amanhã encontramos o tal taxista de novo… apetecia-me mesmo… dar uma voltinha de táxi… claro!!

Abraços Moinantes

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Manila - dia 3 – Já Chove…

Apesar do inicio algo turbulento deste dia, a acordar à 3:30 da manhã, as coisas não foram tão sonolentas como esperava.

O dia amanheceu hoje bastante cinzentão em oposição com o dia solarengo de ontem e pingou umas gotitas no caminho para cá, ainda de manhã… no entanto ainda não foi preciso chapéu de chuva.

Quando fomos almoçar (hoje foi outra vez Mcdonalds… é o mais perto e sobretudo, o mais rápido…) o sol até se mostrou por largos espaços, mas por volta da 14:30, caiu de novo uma chuvada das fortes. O céu está outra vez carregado de nuvens e o tempo cinzento e chuvoso.
Mesmo depois de uma noite mal dormida, a manhã até correu bem, ao que não foi alheio um forte café ao pequeno almoço, e uma tarde que também correu de uma forma bastante lúcida, resultado de uma forte “cafezada” no Starbucks Café a seguir ao almoço.

À noite, acabámos por ir jantar com o P.C. (um dos nossos colegas filipinos) a um restaurante persa chamado Arya Persian e que fica onde??... Claro, num centro comercial. Este um novo, chamado Promenade Mall.
É um centro comercial ligeiramente diferente dos outros pois é mais pequeno e tem espaços externos com restaurantes e lojitas (assim tipo Freeport ou Guia…). Infelizmente o tempo continuou de chuva e acabámos por ter de jantar na sala interior. A comida era fantástica e foi um jantar bastante agradável.
Perto deste centro há também um mercado tradicional que tentámos visitar, mas infelizmente já estava encerrado (fechava às 21:00…)e que tive pena pois fez-me lembrar as tendinhas da feira dos indianos na Praça de Espanha em Lisboa, mas em tamanho XXXL… centenas delas!! Paciência, pode ser que ainda dê para cá voltar outro dia até irmos embora…
Este Promenade Mall é um centro comercial com um conjunto de lojas e restaurantes um pouco mais “carotes” que são utilizados sobretudo por malta com um nível um pouco mais alto, para jantares de negócios ou ocasiões especiais. Tem um parque de estacionamento gigante onde se fazem eventos especiais com por exemplo combates de boxe (os filipinos são grandes adeptos do boxe e têm um tipo que é campeão de boxe e um dos desportistas mais conhecidos do país – uma espécie de Cristiano Ronaldo das Filipinas…) e que segundo o P.C., sempre que há um combate, o parque fica completamente cheio de gente...

...milhares e milhares de filipinos a gritar com dois tipos aos murros um ao outro, dentro de um ringue… ui… MEDO!!!

Como fomos de carro, acabámos por dar uma pequena volta de carro pela cidade e conseguimos sentir um pouco melhor o palpitar da cidade, como a loucura do trânsito onde toda agente apita que nem loucos, toda a gente muda de faixa sem ligar a traços contínuos, as passadeiras são meros riscos no chão, pois os carro não só não param nas passadeiras com ainda, se tentarmos atravessar assim mais à força, mesmo na passadeira de peões, os carros apitam e “apertam” com o peão para o forçar a sair da estrada rápido.


Os transportes na cidade são feitos através de pequenos “calhambeques” compridos e pequenas minivans de transporte comum, que vão andando e parando pela cidade, aparentemente sem qualquer padrão mas que devem ter uma maneira das pessoas saberem de onde vêm e para onde vão… Aparentemente, são para consumo apenas dos locais… Existem também alguns autocarros dos “normais” mas que são autênticos ferro-velho ambulantes, sem luzes atrás ou à frente, mas claro com umas boas buzinas… sim, que isto para buzinar, não há como o Filipino… sempre a apitar, sempre a apitar…


À volta da zona de Pasig as ruas são todas amplas e iluminadas mas assim que nos afastamos dos edifícios mais altos do centro empresarial de Ortigas Center (que é onde estamos alojados), as ruas tornam-se um pouco mais escuras e estreitas, a casas e prédios mais baixos e com um ar um pouco mais degradado, mas nem mesmo nesses locais me sentiria demasiado inseguro, pois há sempre gente a passar.
Segundo nos disseram, a população filipina ronda qualquer coisa como 90 milhões de habitantes para qualquer coisa como 300.000 km/quadrados… Uma densidade populacional de perto de 300 pessoas por metro quadrado!!!
Assim acaba por ser difícil estar a sós com um assaltante… :-))))))

O que nos aconselharam foram as regras do senso comum - que que evitássemos locais escuros e parques de estacionamento à noite e, sempre que andássemos no passeio, procurar andar sempre mais perto da extrema do passeio junto à estrada pois assim evitávamos a probabilidade de nos encostarem a uma parede ou a um prédio. No entanto, os filipinos são normalmente pequenos e magritos, o que certamente limita um pouco os bandidos a realizarem assaltos a gente mais fraca que eles, ou seja, normalmente, mulheres. Como nós aqui somos um “matulões” ao pé deles, certamente que somos uma presa pouco agradável pois ainda poderiam acabar “sovados”…

Voltámos ao hotel pelas 22:30, cansados pela noite anterior mal dormida e com a esperança que a noite que se avizinha seja mais descansada… Veremos…

Abraços Moinantes

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Manila - dia 2 (e meio) – Entrando na onda...


Hoje foi um dia sem grandes novidades… pelo menos novidades para escrever aqui no Moinantes…

Acordámos cedo, pequeno-almoço e escritório.Um dia mais solarengo que os anteriores e consequentemente, bem mas quente... muito humido e transpirar que nem uns cães

Almoçámos no Mcdonald’s (sim, já estava a ressacar…) em 30 minutos, voltámos ao escritório e saímos às 19:45…
A nível de trabalho, aí sim… muita coisa nova…
Para situar a razão da minha visita a Manila, pois até apenas fui dizendo que vinha para cá em trabalho, mas nunca detalhei o que cá vim fazer, estou cá para ter formação.
Actualmente trabalho para uma empresa em Portugal que tem um contrato com uma multinacional americana fabricante de equipamentos de meios de pagamento, concretamente terminais de pagamento automático, (vulgo, TPA) e que são nada mais nada menos que os comuns terminais de pagamento multibanco que encontramos em restaurantes, lojas, supermercados, etc. Não confundir com ATM (as caixas multibanco) pois essas são uma coisa à parte.
Desde há alguns meses a esta parte estamos a realizar um exigente processo de certificação junto da SIBS que é entidade que gere os todos processos transaccionais entre os clientes, os bancos e tendo como meios, os cartões e os equipamentos (TPA’s e ATM’s). Para colocarmos o nosso equipamento no mercado português é então necessário passar uma quantidade enorme de exigentes testes de segurança e com regras protocolares muito exigentes e complexas
Não é de todo perceptível ao "comum mortal” e utilizador de equipamentos de pagamentos a complexidade de processos que estão envolvidos num projecto como este. A complexidade das especificações que são exigidas e todo o enquadramento que está inerente fazem com que tenha que ser desenvolvido, para os equipamentos em questão, programas (software) que vão realizar todo um manancial de operações como por exemplo, ler o cartão (crédito ou débitom chip ou banda magnética), estabelecer as comunicações (através de linha telefónica, serviços móveis ou comunicações IP), recolher os dados da informação que recolhe e encriptar os dados para que estes sejam transaccionados de forma segura (o caso do PIN do cartão…), etc, etc, etc…
Para esse desenvolvimento, e por razões de mercado (preços, claro…) recorremos assim à equipa de desenvolvimento da “empresa mãe” que fica então situada aqui em Manila.
Como já disse atrás, este projecto foi iniciado há já alguns meses e o processo de desenvolvimento foi todo realizado antes de eu me juntar à equipa, e eu “apenas” iniciei a minha participação na componente que se reveste de algum detalhe (e “detalhe” quer mesmo dizer DETALHE…) e que é a fase de validação dos requisitos ou fase de testes.
Esta fase de testes foi quase toda realizada em Portugal pois os testes com o equipamento GPRS (que funcionam com um cartão de telemóvel para realizar as comunicações), só podem ser feito em Portugal. No entanto, os eventuais erros e consequentes solicitações de correcções, eram reportadas à equipa de desenvolvimento aqui em Manila. Assim, devido à diferença horária de 8 horas (7 horas em horário de Verão) entre Portugal e Filipinas, causava sempre algum atraso no report e acesso às correcções.
Por exemplo:
Se estivesse a realizar testes até às 19:30 do dia 1 em Lisboa (03:00 AM em Manila), teria que os reportar ainda nesse mesmo dia durante a noite para que, quando fosse dia 2, 9:00 AM em Manila (dia 2, 01:00 em Lisboa), a equipa de desenvolvimento pudesse realizar as alterações durante a nossa noite em Portugal. Quando eu chegasse à empresa no dia 2, 09:00 AM em Lisboa (dia 2, 16:00 em Manila) tinha apenas uma intervalo de 2 horas para poder trocar mails ou telefonemas com eles no sentido de esclarecer alguns pontos que não tivessem ficado claros no meu report e que necessitassem de melhor esclarecimento. E assim, só no dia 3, 09:00horas de Portugal teríamos as correcções feitas… como só podia agendar sessões de testes com 24 horas de antecedência só voltaria a realizar testes, no dia 4, às 09:00, em Lisboa… E com isto, já lá iam três dias…
Para minimizar estes tempos no futuro, o que pretendemos então é, para efeitos de manutenção, absorver o desenvolvimento na vertente de novas implementações e manutenção da aplicação em Portugal com uma equipa de desenvolvimento local em Portugal e, para esse efeito, é necessário recebermos a formação da programação realizada pela equipa de desenvolvimento cá nas Filipinas.
Ainda tentámos que fosse um dos elementos da equipa de desenvolvimento das Filipinas a Portugal, mas vocês nem fazem ideia da burocracia que era. Ficou mais rápido e pouco mais caro virmos cá nos à Ásia que mandar um Filipino a Portugal… Enfim…
E pronto, basicamente foi assim que cá vim parar e é assim que cá estou.

À noite jantámos no Podium um Pato no Forno (tipo Pato à Pequim do chinês) que estava bem delicioso. Ainda parei na Farmácia para comprar repelente de mosquitos (o meu ia a meio e acabou-se…) e chegámos ao hotel pelas 21:00.

Mais uma vez totalmente cansados, acabei por ligar a televisão na Fox para ver os “Ossos”, mas nem cheguei a meio do episódio e acabei por adormecer ai pelas 21:30…
Como é óbvio, que dorme 6 a 7 horas por noite e se deita às 21:00… às 3:30 da manhã estava acordado e sem sono, a jogar solitaire no IPod…
(Já no dia 3 de Manila...)

depois da noite acordado desde as 3:30, levantar às 8:30, banhoca, vestir, pequeno almoço e agora cá estou de novo no escritório para mais um dia de formação…

Veremos como vai ser este dia, especialmente a seguir ao almoço… De certeza mais um dia de Halteropalpebrismo… uff

Abraços Moinantes

terça-feira, janeiro 18, 2011

Manila, dia 1 – Trabalhinho é que é bom…


O jetlag acabou por se dar um pouco mais forte hoje. Acordei cedo devido à minha consistente estupidez pois deixei o despertador do telemóvel ligado para as 5:00 da manhã (hora a que acordei no dia da saída de Lisboa).
Resultado: Acabei por não dormir o que devia e acabei por passar o dia todo “queimadinho” a fazer levantamento da pálpebra, especialmente após o almoço.

O tempo está mais ou menos como ontem (nublado mas não demasiado quente, talvez uns 28º C / 30º C).

Saímos do Hotel pelas 9:00 pois ainda tinha que encontrar o edifício do escritório da empresa, mas acabou por ser uma agradável surpresa, uma vez que fica a 2 minutos a pé do hotel, utilizando a porta das traseiras. Se saíssemos pela porta da frente, teríamos de contornar o quarteirão e assim demoraríamos muito mais (talvez uns 5 minutos… :-))) )
Encontrámos um cafezinho junto ao edifício do escritório (Coffee and Donuts) onde tomámos o pequeno-almoço e começámos a trabalhar pelas 9:30.
Finalmente encontrei cara a cara a malta com quem tenho trocado infinitos mails de trabalho e não deixa de ser curioso o facto das ideias que acabamos por gerar no que respeita ao aspecto de uma pessoa com base apenas na sua voz ( um pouco à imagem dos locutores de rádio, que quando os vemos na televisão ou numa foto, acabam por ser pessoas tão diferentes daquelas que imaginávamos…)

O P.C. e o J.T., os colegas filipinos, receberam-nos com toda a simpatia e foi bastante agradável começar a trabalhar com eles aqui.

Fomos almoçar ao centro comercial The Podium ao Banana Leaf que é um restaurante de comida asiática (tipo Singapura e indonésia, não particularmente filipina…) onde comemos uma quantidade de comida exorbitante. Com habitual em mim, deixei ao cuidado do P.C. a escolha dos pratos uma vez que ele é que sabe o que é bom e o que nós poderíamos gostar ou não. Acompanhado de uma bela água de coco, a comida estava deliciosa.

O centro comercial The Podium, fiquei eu a saber, é um centro comercial do tipo gourmet, ou seja, as lojas e os restaurantes são para uma classe mais alta e os seus preços são mais elevados. Segundo eles, caso pretendamos comprar prendas para levar, o Mega Mall é mais em conta pois é um centro comercial bem mais para a classe trabalhadora, ou seja, bem adaptado a mim… Não se pense no entanto que se trata de um centro comercial da "tanga"… é um centro comercial à imagem de um Colombo ou Almada Forum, com tudo bem amplo e limpo. Até à três anos atrás, o Mega Mall era o maior centro comercial da Ásia, mas agora é o sexto maior, uma vez que os chineses e restantes vizinhos são completamente loucos por centros comerciais gigantes.

De volta ao trabalho da parte da tarde, sofrendo de tonelagem palpebriana (ou seja, um peso gigante no olhos que dificultava a abertura dos mesmos…) lá levámos a tarde de formação com tranquilidade.

A sala onde ficámos no escritório tem um vista privilegiada sobre Pasig (zona de Manila onde estamos…) e o 17º piso acaba por nem ser muito alto em relação aos enormes edifícios que nos rodeiam. Rodeado de edificios e parques de estacionamentos, mas não deixa de ser uma vista bem interessante quando olhamos para as montanhas ao fundo.

À noite, o P.C. marcou novo jantar para, e para não variar, num outro Centro comercial a 15 minutos do escritório chamado Shangri-la, num restaurante chamado Sumo Sam. Este Centro comercial é também, à semelhança do The Podium, um centro comercial para pessoas mais abastadas se bem que para mim, parecem-me todos iguais: gigantes e cheios de gente…
Ao jantar já contámos também com a presença do colega filipino C.O., que esteve fora do escritório e que só voltou ao final do dia. Simpático como todos, foi mais uma agradável companhia.

Assim, boa companhia, boa comida e uma troca de experiências de particularidades de ambos os países de origem assim como as diferenças culturais que acabamos por ter, encontrámos no entanto um ponto em que na realidade não diferimos tanto assim: a corrupção da classe política, assim com a sua “cara de pau” com situações de problemas com a justiça.

Depois de vários anos a serem “geridos” pela família Marcos (quem não se lembra da história da sua mulher Imelda Marcos que se encontra no guiness book of records como a dona da maior colecção de sapatos do mundo – 3000 pares de sapatos.), a classe política tornou a ter problemas com casos de corrupção com o presidente Joseph Estrada, deposto devido a um caso de corrupção após ter questionado um alto responsável da comissão de eleições no sentido de tentar obter informação sobre o estado das contagens de votos…

Actualmente, existem diversos senadores com casos de corrupção pendentes, mas que mesmo após penas de prisão efectivas e escutas telefónicas publicas, não abandonam a vida política e mantêm-se no poder, sendo votados pelo povo…

Onde é que eu já vi isto?!?


Voltámos para o hotel pelas 22:00, caminhando tranquilamente pela rua, junto ao Mega Mall, atravessando a rua junto a St. Francis Market (o mercado da pirataria, segundo J.T….) onde poderemos encontrar filmes em DVD por 40 Phps (menos de 1 euro…) bem como software pirata, roupa e outros afins… assim a "Feira do Relógio" cá do burgo… Tenho de lá passar durante o dia para dar uma vista de olhos e ver se trago alguma coisa que valha a pena...

Já no quarto, estoirado, deitei-me na cama, vestido e tudo, e acabei por entrar em “modo de suspensão” após pouco mais de 30 segundos… no entanto, muito a custo, ainda consegui levantar-me para me despir e deitar-me convenientemente, antes de fazer o “shutdown” final do dia…

Amanhã há mais…

Abraços Moinantes

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Manila - Dia 0 - A chegada.

Bom, depois de uma interminável viagem de que começou às 5:45 da manhã de sábado em Lisboa e terminou às 11:00 de domingo (TMZ Manila – 03:00 TMZ LIS), num total de 22 horas de viagem, eu e o B.V. (o meu colega de trabalho que me acompanha nesta viagem…) chegámos ao hotel e descansámos um pouco.

Entrada em Manila, no aeroporto, sem grandes complicações, apenas uma longa fila de espera na alfândega, que acabou por ajudar no evitar esperar pelas malas. Quando chegámos ao tapete, já lá andava a “laranjinha“, tonta de andar às voltas…

Trocámos algum dinheiro para o táxi e algum pocket Money (100 € cada…) que deu qq coisa como 5300 Pesos (Php). O câmbio estava a 58 php por 1 €, pelo que as contas são fáceis. O dinheiro tb é fácil de entender e como não há fracções de pesos (tipo cêntimos ou centavos), até as moedas são fáceis, pois o seu valor facial numerário corresponde ao seu valor em pesos. (ao contrário da Europa com o €, que temos moedas com valores faciais de 10, 20 e 50, mas de cêntimos de €uro…)

A viagem de táxi correu sem problemas (300php a viagem – 5 € mais ou menos…) e sem trânsito, pois é fim de semana (domingo). Mas deu para ver um pouco das diferenças que existem com as zonas circundantes do aeroporto (mais pobre, com as célebres casas na água e os autocarros típicos das Philipinas, uma espécie de calhambeques com bancos compridos e corridos, enfeitados com cores, fitas e outras bugigangas…) e a zona onde estamos hospedados, mais central e mais cosmopolita, igual a tantas outras cidades do mundo, com hotéis, centros comerciais e zonas de edifícios de negócios onde saltam à vista os neons das maiores empresas do mundo inteiro…

As pessoas em Manila falam normalmente o inglês (apesar da língua ser o Tagalog…) e são extraordinariamente simpáticas. Desde as pessoas no aeroporto, o taxista, as pessoas do hotel, empregados de restaurante, policias… sempre com um sorriso e muito simpáticos.

No hotel, depois de abrir malas e descontrair um pouco, da parte da tarde, saímos um pouco para esticar as pernas e ao mesmo tempo tentar acertar o jet-lag que ainda nos afecta, para que amanhã, segunda-feira esteja minimamente aptos a trabalhar.

Aproveitámos para dar uma volta por um centro comercial em frente ao hotel, chamado The Podium, que é apenas um pequeno centro comercial de 4 ou 5 pisos e umas dezenas de lojas. Almoçámos por ali um hamburger, consumado com um expresso no Starbucks Café.

Caminha-se tranquilamente pelas ruas da cidade (pelo menos por onde andei hoje, aqui à volta do hotel…) sem uma grande sensação de insegurança que pudesse estar patente numa cidade com um nível de pobreza tão grande. Mantenho os meus habituais níveis de alerta (vicio dos tempos de Angola…), mas nada que se compare à sensação “abafante” que senti por exemplo quando estive em Luanda.
Abafante sim, e muito parecido com Luanda, é o clima. Temperaturas durante o dia a rondar o 33º C mas com humidades relativas superiores a 80%. O ar “pesa”, custa a respirar e o suor salta dos poros assim que saímos do conforto dos ares condicionados.

De volta ao hotel e depois, uma pequena sesta à tarde para repor os níveis de descanso (já estava com o raciocínio “toldado” e as como dizem os Clã “as palavras custam a sair…”) acordei bem melhor e mais fresquinho.

Pelas 19:30 saímos de novo um pouco e fomos dar um passeio a um outro centro comercial que fica uns dois quarteirões do hotel (sim, muito shopping, mas isto não há muito mais, para já, para ver… ainda é o dia zero, né? Vamos ambientar primeiro e depois logo alargamos horizontes, se o trabalho o permitir…)

Quando me referi ao Centro comercial The Podium como um pequeno centro comercial de algumas dezenas de lojas, refiro-me “pequeno” quando comparado com o gigante MEGAMALL, um gigantesco centro comercial que se encontra nas traseiras do The Podium e que é um abuso: 5 pisos e centenas de lojas. Cada piso deve ter um 200 ou 300 metros de comprimento e a coisa é mesmo em grande. Todo o tipo de lojas ocidentais (roupa, sapatos, comida) e por momentos, não fosse a quantidade de filipinos que por ali passavam sozinhos ou com as suas famílias, diria que estava num qualquer centro comercial de Portugal…
Acabámos por passear um pouco por lá e jantámos no Bistro da Pizza Hut, uma bela pizza Romana e uns pães de queijo e atum, muita bons mesmo. Jantar por 670 php (11 euros para duas pessoas, com pizza média, duas bebidas e os pães…): preço perfeitamente normal e ajustado à nossa realidade…

Voltámos ao hotel já passava das 20:30, já noite, mas caminhando tranquilamente, com muita gente nas ruas e sempre com uma sensação de segurança e tranquilidade.

Agora, são horas de ó-ó, pois amanhã começa a razão efectiva porque estamos aqui: Trabalhinho, que é bem bom…

Veremos o que nos reservam os próximos dias… falamos depois

Abraços Moinantes

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Manila - Dia -1




Bem...

- Mala feita (a célebre mala cor de laranja fluorescente...)
- PC preparado e "artilhado"
- Bilhetes e Passaporte
- máquina fotográfica carregada e cartão SD limpinho (espaço para 5000 fotos...:-))) )


Agora resta-me descansar bem pois deitando-me hoje à noite, se não houver stresses com os voos, só devo ver cama 20 e muitas horas depois

Entretanto

Estive a ver o clima e:

Manila - fim de semana
Ceu predominantemente nublado, temp 27º a 32º, 80% humidade.

Resto da semana:
temperaturas e humidades iguais, porém, Trovoadas com fartura e alguma chuva...

Bom, presumo que praia está fora de questão... :))
Bom, espero pelo menos que a viagem corra sem sobressaltos (atrasos e afins...) e que consigamos chegar a Manila a horas de podermos acertar o jet-lag, para 2ª feira estarmos minimamente funcionais para trabalhar...
Amanhã vou contando mais novidades...

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Viagem ao outro lado do mundo... - Manila, Filipinas


Pois é, como diria o homem dos carrinhos de choque das festas lá da vila - "Mais um ficha, mais uma voltinha..."...


Desta vez, o destino leva-me ao outro lado do mundo (mais ou menos...)...


- Manila, Filipinas.


Desta vez, e ao contrário da viagem a Angola, a estadia é bem mais curta - apenas uma semana. Em trabalho, novamente, parto neste sábado e volto no próximo...


Até aqui tudo bem... mas quando olhamos para o percurso e o tempo que levamos... uff!


Lisboa => Amesterdão - 3 horas

Amesterdão => Manila - 13 horas

Manila => Amesterdão - 14 horas

Amesterdão => Lisboa - 3 horas


Sem contar com os tempos entre ligações, estamos a falar de qq coisa como 33 horas de avião em 8 dias...


Mas pronto, certamente ai valer a pena.


Em termos profissionais, vai ser esgotante pois vou estar pelo menos 8 horas por dia permanentemente ocupado.
Em termos particulares, como chego no domingo de manhã (é verdade que cheio de Jet-Lag...) vou tentar aproveitar o dia para recolher "dados" e tentar conjugar o trabalho durante o dia e algum lazer depois do trabalho... assim talvez só à noite dê para dar um giro pela "vila", mas como ainda não sei bem onde fica o hotel nem como são os acessos para o centro e afins, vou esperar para ver... sei que não é propriamente perto do centro (talvez uns 40 minutos de carro) mas está sempre tudo muito dependente de como me poderei movimentar na cidade (metro, táxis, segurança, etc...). Conto com alguma colaboração local para me servirem de anfitrião...
Veremos...


Assim, apenas falta arrumar a mala, preparar a máquina fotográfica e vamos à aventura...


Vou tentar postar algumas coisas (fotos sobretudo, se me for possivel...) durante a estadia e por isso não deixem de acompanhar aqui pelo Moinantes...


Abraços

terça-feira, janeiro 11, 2011

O Vendedor de Automóveis...


Era uma vez um aldrabão que daria um excelente vendedor de automóveis que decidiu ser Primeiro Ministro.

Conclusão:

Perdeu-se um óptimo vendedor de automóveis e ganhou-se uma merda de um primeiro-ministro.

Esta é a conclusão da magnifica entrevista de Henrique Neto ao "Jornal de Negócios", que aconselho vivamente a todos lerem AQUI e que deixo algumas passagens com alguma pérolas de alguém que não tem "papas na língua" nem vontade de dar "jeitinhos"...

"Uma vez, fui a um debate em Peniche, conhecia o Sócrates de vista. Isto
antes do Governo Guterres. Não sabia muito de ambiente, mas tinha lido umas
coisas, tinha formado a minha opinião. O Sócrates começou a falar e pensei:
"Este gajo não percebe nada disto". Mas ele falava com aquela propriedade
com que ainda hoje fala, sobre aquilo de que não sabe [riso]. Eu, que nunca
tinha ouvido o homem falar, pensei: "Este gajo é um aldrabão, é um vendedor
de automóveis". Ainda hoje lhe chamo vendedor de automóveis."

(...)

"Quando se pôs a hipótese de ele vir a ser secretário-geral do PS, achei uma
coisa indescritível. Era a selecção pela falta de qualidade. O PS tem muita
gente de qualidade. Sempre achei que o PS entregue a um tipo como o Sócrates
só podia dar asneira."

(...)

"Estudei um pouco da história portuguesa, nomeadamente dos Descobrimentos;
fizemos erros absurdos. Um dos erros é deixarmo-nos enganar, ou pelos
interesses, ou pela burrice. O poder, os interesses e a burrice é explosivo.
Descambámos no Sócrates, que tem exactamente estas três qualidades, ou
defeitos: autoridade, poder, ignorância. E fala mentira. Somos um País que
devia usar a inteligência e o debate para resolver os problemas, e temos
dirigentes que utilizam a mentira e evitam o debate."


(...)

"Não tenho nada contra José Sócrates. Se ele se limitasse a ser um
vendedor de automóveis, ser-me ia indiferente. Mas ele é o primeiro-ministro
e está a dar cabo do meu País. Não é o único, mas é o mais importante de
todos."