sexta-feira, maio 27, 2005

A Teoria do Caos


"Então, e se...?"

Quantas vezes já não ouvimos ou proferimos esta expressão?

E se...?
...em vez de termos vestido uma roupa hoje, tivéssemos vestido outra...
...em vez de termos casado com esta(e), tivéssemos optado por outra(o)...
...em vez de termos passado aquele sinal amarelo, tivéssemos parado e esperado pelo vermelho...
...em vez dos nossos pais terem comprado casa onde compraram, tivésse comprado duas ruas acima... ou noutra cidade...
... em vez de nos termos baldado às aulas, estivéssemos atentos e tirado boas notas a matemática...

...

Quando nos acontece algo de menos bom, quantas vezes não dissemos "Mas por que raio é que eu saí hoje de casa... se eu soubesse, nem tinha saído da cama..."

pensem bem nas coisas tão simples como por exemplo: "E se em vez de ter seguido um determinado caminho para o meu trabalho, tivesse seguido por um atalho"... o meu dia poderia ser totalmente diferente, ou não?

Diáriamente, todos nós construímos a nossa vida em pequenos gestos e escolhas que fazem com que o nosso destino seja um e não seja outro qualquer. É um mecanismo montruosamente belo...

Neste últimos dias, e sem nenhuma causa concreta, tenho passado algum tempo a fazer uma espécie de retroespectiva da minha vida, do que fui, do que sou, para onde vou, e tenho pensado bastante nesta coisa do destino e de como as nossas escolhas nos afectam toda a nossa vida, desse ponto em diante.

Vi então que, afinal, este assunto não era uma preocupação só minha e encontrei resposta para estes pensamentos numa coisa chamada "A Teoria do Caos" que fala exactamente na forma de procurar explicar determinados acontecimentos que pela sua imprevisibilidade, não são explicáveis por nenhuma fórmula ou equação, pelas flutuações erráticas de factores aparentemente não conectados entre si.

Vou dar-vos um exemplo do nosso quotidiano... agarrar em dois berlindes e atirá-los para o chão. Assim que parem, marquem os sitio onde ficaram e voltem exactamente ao local de onde os atiraram inicialmente. Atirem novamente... e o resultado será sempre diferente... não há forma de prever onde vão parar... não há fórmula que nos permita chegar a uma conclusão...

Todos os factores que estão tão ligados, desde a forma com se atiram os berlindes, a forma com eles batem no chão, a forma como o chão foi concebido, o vento, a temperatura, ... tudo...

Outro exemplo muito falado, nomeadamente no meio dos metereologistas, quando questionados sobre a previsão do tempo, é o Efeito Borboleta... Não é possivel saber qual o tempo que vai fazer pois nunca se sabe se por uma borboleta bater as asas na China não causa um furacão na América...

E é aqui que eu chego a um filme que vi ontem e que se chama exactamente " Butterfly Effect" (O Efeito Borboleta) e que fala exactamente sobre este assunto.

Em traços gerais, e para vos aguçar o apetite, pois para quem ainda não viu, em meu entender é um filme imperdivel...

Um jovem, que sofre de lapsos de memória, e um grupo de amigos, vivem um conjunto de experiências que marcam as suas vidas para sempre... Devido aos lapsos de memória, o jovem é aconselhado pelos neurologistas que o acompanham nessa sua doença, a que escreva tudo o que faz num diário. Quando faz 20 anos, o jovem descobre que, ao reler esses diários, consegue rever os seus brancos de memória e interagir com eles, alterando todo o curso do seu destino... e de todos os que o rodeiam... (Change on thing, Change everything...)

Muitos de nós dizemos que gostaríamos de ter a capacidade de ser dono do seu destino, mas estou em posição de dizer que prefiro as coisas com elas são, sem saber o que se irá passar nem de como seriam se eu tivésse feito outra coisa...

Após ver este filme, sinto-me agora muito mais liberto desse pensamento uma vez que essa preocupação foi-me sencionalmente desmontada nesse filme e deu-me um novo estado de espírito, bem mais leve...

Não queiram controlar o vosso destino, pois nunca o poderiam fazer, tantas que são as variáveis...

Vivam a vida o melhor que possam e apenas não aceitem as coisas que acontecem como algo que era inevitável... pensem antes que são efeitos de algo que já aconteceu e que nos fez estar e ser aquilo que somos hoje... e que não é por pensarmos isto que vamos ser diferentes amanhã, melhores ou piores... seremos nós próprios, que é coisa que mais ninguém conseguiria ser, por muito que tentasse...

Agora, corram para o videoclube e aluguem o filme... e, gostem ou não, comentem aqui...E já agora, se se estão a preparar para sair, pensem...

Se eu não vos falasse disto, não sairiam de casa... e o DVD seria alugado por outra pessoa... e entregue a uma hora diferente da que vocês irão entregar, e a pessoa que iria levar o filme a seguir, seria outra... etc, etc, etc, etc, etc. Paranóia completa...

Vá... despachem-se antes que outro moinante chegue primeiro que vocês... eheheheheh

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