sexta-feira, janeiro 21, 2011

Manila – Dia 4 – A suar como um “cavalo”…

Finalmente, o sol apareceu e com toda a sua força… Logo de manhã, assim que pusemos o nariz fora do hotel, o bafo quente da rua abafou-nos a respiração e fez com que o ar condicionado do hotel fosse um oásis distante …
Muito calor, sol abrasador e toda a gente na rua com sombrinhas abertas e a taparem as cabeças com tudo o que têm à mão – Livros, cartões, sacos de plástico, camisolas, lenços… o sol aqui nesta zona é muito forte e é muito comum ouvirmos na televisão ou na rádio a informarem que o sol é perigoso e que provoca inúmeras doenças de pele, como cancro e outras maleitas.
Por isso, e porque o sol é mesmo muito forte, toda a malta procura proteger-se do astro rei da melhor forma.
A noite foi bem descansadinha e nem o calor me acordou, e acabei por adormecer pela meia-noite e acordar à 8:00 da manhã. Bem fresquinho…
O dia de trabalho acabou por ser suave, pois estamos a ter um progresso bem bom, com a formação a ser realizada um pouco à frente do prazo, o que nos permitiu hoje ter um almoço um pouco mais alargado e aproveitámos para ir ao Mega Mall comprar as prendinhas para a família.

Antes fomos almoçar com a malta filipina a um restaurante chamado “Congo Grill”. Mais uns pratos tradicionais filipinos à base de carne de porco, chocos e uma espécie de amêijoas que estavam bem deliciosas. O prato mais estranho acabou por ser uma sopa de couves que tinha lá dentro… um bife… exactamente… um bife normal que é cozinhado dentro da sopa... mas que estava surpreendentemente bom. O outro mais estranho era um molho com umas peças de carne que acabei por não comer, e que, não sei porquê, fiquei desconfiado que teria algum tipo de carne de algum animal mais estranho, pois eles estavam algo risonhos entre eles sobre aquele prato. O meu colega ficou desconfiado que seria algum tipo de carne de macaco ou algo do género… Acabei por não provar pois encharquei-me em “bife na sopa” e não calhou… se me dissessem que era macaco ou cobra ou algo do género, teria provado de certeza…

Depois do almoço acabámos por ir então ao Centro Comercial para as compra numa loja chamada “Kultura Filipino” que é um espaço dentro de uma grande superfície denominada “SM” e que faz perecer um pouco o El Corte Inglés… No espaço Kultura Filipino comprámos alguns apetrechos tradicionais filipinos e que espero que a minha malta goste…
Tive de trocar mais dinheiro pois já estava curto de Php’s (pesos filipinos) mas achei os preços dos artigos bastante acessíveis tendo em conta o facto de serem coisas para turistas e que, sendo tradicionais poderiam ser um pouco mais "puxaditas…" mas não, tudo com preços bem normais.
Voltámos ao escritório pelas 15:00 e concluímos a tarde de formação pelas 18:00, com o calendário cumprido.

Ao final do dia, o céu escureceu rapidamente e começaram as trovoadas e alguma chuva, pelo que qundo saímos do escritório pelas 20:00 ainda apanhámos umas boas pingas de água.
Fomos jantar a um restaurante de grelhados onde comemos umas costoletas bem tenrinhas e um chá fresco tradicional (Ice Tea mas sem ser Nestea… era mesmo chá fresco…).
Acabámos a noite com uma pequena volta a pé pelas imediações do restaurante e até ao hotel, pelas 21:30, quando então finalmente fomos abordados por um taxista que nos perguntou se queríamos táxi para passear pela cidade. Como não estava nos nossos planos, acabei por lhe dizer que não queríamos ao que ele, ao bom estilo “pimp”, nos questionou logo de seguida:

“…and girls? You want girls? To massage you? I get girls to massage you…”

Claro que, à semelhança do passeio de táxi, também não estava nos nossos planos obter miúdas para nos massajarem. Aliás, sendo as nossas mulheres leitoras deste blog, nem poderia dizer outra coisa…
Assim, cabisbaixos e taciturnos, acabámos por recusar também o serviço oficial alternativo do Sr. Taxista e recolhemos, tensos e a pensar que deveríamos ter aceite a proposta do senhor…
E quando digo “aceite a proposta”, estava obviamente a referir-me, ao passeio de táxi proposto, claro…!
Mas pronto…
Amanhã é o último dia de trabalho em Manila e apenas nos resta depois o sábado que é o dia de viagem, onde temos avião às 11:35 da manhã, e que será apenas para acordar, apanhar o táxi e toma lá mais 20 e tal horas de avião que até “incha”…
Por isso, amanhã à noite escreverei o último capítulo deste livro “Manila” referente ao dia de sexta feira cá nas Filipinas, viajo no sábado e depois só no domingo poderei actualizar aqui no moinantes a viagem de volta a Portugal…
Vamos ver se amanhã encontramos o tal taxista de novo… apetecia-me mesmo… dar uma voltinha de táxi… claro!!

Abraços Moinantes

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Manila - dia 3 – Já Chove…

Apesar do inicio algo turbulento deste dia, a acordar à 3:30 da manhã, as coisas não foram tão sonolentas como esperava.

O dia amanheceu hoje bastante cinzentão em oposição com o dia solarengo de ontem e pingou umas gotitas no caminho para cá, ainda de manhã… no entanto ainda não foi preciso chapéu de chuva.

Quando fomos almoçar (hoje foi outra vez Mcdonalds… é o mais perto e sobretudo, o mais rápido…) o sol até se mostrou por largos espaços, mas por volta da 14:30, caiu de novo uma chuvada das fortes. O céu está outra vez carregado de nuvens e o tempo cinzento e chuvoso.
Mesmo depois de uma noite mal dormida, a manhã até correu bem, ao que não foi alheio um forte café ao pequeno almoço, e uma tarde que também correu de uma forma bastante lúcida, resultado de uma forte “cafezada” no Starbucks Café a seguir ao almoço.

À noite, acabámos por ir jantar com o P.C. (um dos nossos colegas filipinos) a um restaurante persa chamado Arya Persian e que fica onde??... Claro, num centro comercial. Este um novo, chamado Promenade Mall.
É um centro comercial ligeiramente diferente dos outros pois é mais pequeno e tem espaços externos com restaurantes e lojitas (assim tipo Freeport ou Guia…). Infelizmente o tempo continuou de chuva e acabámos por ter de jantar na sala interior. A comida era fantástica e foi um jantar bastante agradável.
Perto deste centro há também um mercado tradicional que tentámos visitar, mas infelizmente já estava encerrado (fechava às 21:00…)e que tive pena pois fez-me lembrar as tendinhas da feira dos indianos na Praça de Espanha em Lisboa, mas em tamanho XXXL… centenas delas!! Paciência, pode ser que ainda dê para cá voltar outro dia até irmos embora…
Este Promenade Mall é um centro comercial com um conjunto de lojas e restaurantes um pouco mais “carotes” que são utilizados sobretudo por malta com um nível um pouco mais alto, para jantares de negócios ou ocasiões especiais. Tem um parque de estacionamento gigante onde se fazem eventos especiais com por exemplo combates de boxe (os filipinos são grandes adeptos do boxe e têm um tipo que é campeão de boxe e um dos desportistas mais conhecidos do país – uma espécie de Cristiano Ronaldo das Filipinas…) e que segundo o P.C., sempre que há um combate, o parque fica completamente cheio de gente...

...milhares e milhares de filipinos a gritar com dois tipos aos murros um ao outro, dentro de um ringue… ui… MEDO!!!

Como fomos de carro, acabámos por dar uma pequena volta de carro pela cidade e conseguimos sentir um pouco melhor o palpitar da cidade, como a loucura do trânsito onde toda agente apita que nem loucos, toda a gente muda de faixa sem ligar a traços contínuos, as passadeiras são meros riscos no chão, pois os carro não só não param nas passadeiras com ainda, se tentarmos atravessar assim mais à força, mesmo na passadeira de peões, os carros apitam e “apertam” com o peão para o forçar a sair da estrada rápido.


Os transportes na cidade são feitos através de pequenos “calhambeques” compridos e pequenas minivans de transporte comum, que vão andando e parando pela cidade, aparentemente sem qualquer padrão mas que devem ter uma maneira das pessoas saberem de onde vêm e para onde vão… Aparentemente, são para consumo apenas dos locais… Existem também alguns autocarros dos “normais” mas que são autênticos ferro-velho ambulantes, sem luzes atrás ou à frente, mas claro com umas boas buzinas… sim, que isto para buzinar, não há como o Filipino… sempre a apitar, sempre a apitar…


À volta da zona de Pasig as ruas são todas amplas e iluminadas mas assim que nos afastamos dos edifícios mais altos do centro empresarial de Ortigas Center (que é onde estamos alojados), as ruas tornam-se um pouco mais escuras e estreitas, a casas e prédios mais baixos e com um ar um pouco mais degradado, mas nem mesmo nesses locais me sentiria demasiado inseguro, pois há sempre gente a passar.
Segundo nos disseram, a população filipina ronda qualquer coisa como 90 milhões de habitantes para qualquer coisa como 300.000 km/quadrados… Uma densidade populacional de perto de 300 pessoas por metro quadrado!!!
Assim acaba por ser difícil estar a sós com um assaltante… :-))))))

O que nos aconselharam foram as regras do senso comum - que que evitássemos locais escuros e parques de estacionamento à noite e, sempre que andássemos no passeio, procurar andar sempre mais perto da extrema do passeio junto à estrada pois assim evitávamos a probabilidade de nos encostarem a uma parede ou a um prédio. No entanto, os filipinos são normalmente pequenos e magritos, o que certamente limita um pouco os bandidos a realizarem assaltos a gente mais fraca que eles, ou seja, normalmente, mulheres. Como nós aqui somos um “matulões” ao pé deles, certamente que somos uma presa pouco agradável pois ainda poderiam acabar “sovados”…

Voltámos ao hotel pelas 22:30, cansados pela noite anterior mal dormida e com a esperança que a noite que se avizinha seja mais descansada… Veremos…

Abraços Moinantes

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Manila - dia 2 (e meio) – Entrando na onda...


Hoje foi um dia sem grandes novidades… pelo menos novidades para escrever aqui no Moinantes…

Acordámos cedo, pequeno-almoço e escritório.Um dia mais solarengo que os anteriores e consequentemente, bem mas quente... muito humido e transpirar que nem uns cães

Almoçámos no Mcdonald’s (sim, já estava a ressacar…) em 30 minutos, voltámos ao escritório e saímos às 19:45…
A nível de trabalho, aí sim… muita coisa nova…
Para situar a razão da minha visita a Manila, pois até apenas fui dizendo que vinha para cá em trabalho, mas nunca detalhei o que cá vim fazer, estou cá para ter formação.
Actualmente trabalho para uma empresa em Portugal que tem um contrato com uma multinacional americana fabricante de equipamentos de meios de pagamento, concretamente terminais de pagamento automático, (vulgo, TPA) e que são nada mais nada menos que os comuns terminais de pagamento multibanco que encontramos em restaurantes, lojas, supermercados, etc. Não confundir com ATM (as caixas multibanco) pois essas são uma coisa à parte.
Desde há alguns meses a esta parte estamos a realizar um exigente processo de certificação junto da SIBS que é entidade que gere os todos processos transaccionais entre os clientes, os bancos e tendo como meios, os cartões e os equipamentos (TPA’s e ATM’s). Para colocarmos o nosso equipamento no mercado português é então necessário passar uma quantidade enorme de exigentes testes de segurança e com regras protocolares muito exigentes e complexas
Não é de todo perceptível ao "comum mortal” e utilizador de equipamentos de pagamentos a complexidade de processos que estão envolvidos num projecto como este. A complexidade das especificações que são exigidas e todo o enquadramento que está inerente fazem com que tenha que ser desenvolvido, para os equipamentos em questão, programas (software) que vão realizar todo um manancial de operações como por exemplo, ler o cartão (crédito ou débitom chip ou banda magnética), estabelecer as comunicações (através de linha telefónica, serviços móveis ou comunicações IP), recolher os dados da informação que recolhe e encriptar os dados para que estes sejam transaccionados de forma segura (o caso do PIN do cartão…), etc, etc, etc…
Para esse desenvolvimento, e por razões de mercado (preços, claro…) recorremos assim à equipa de desenvolvimento da “empresa mãe” que fica então situada aqui em Manila.
Como já disse atrás, este projecto foi iniciado há já alguns meses e o processo de desenvolvimento foi todo realizado antes de eu me juntar à equipa, e eu “apenas” iniciei a minha participação na componente que se reveste de algum detalhe (e “detalhe” quer mesmo dizer DETALHE…) e que é a fase de validação dos requisitos ou fase de testes.
Esta fase de testes foi quase toda realizada em Portugal pois os testes com o equipamento GPRS (que funcionam com um cartão de telemóvel para realizar as comunicações), só podem ser feito em Portugal. No entanto, os eventuais erros e consequentes solicitações de correcções, eram reportadas à equipa de desenvolvimento aqui em Manila. Assim, devido à diferença horária de 8 horas (7 horas em horário de Verão) entre Portugal e Filipinas, causava sempre algum atraso no report e acesso às correcções.
Por exemplo:
Se estivesse a realizar testes até às 19:30 do dia 1 em Lisboa (03:00 AM em Manila), teria que os reportar ainda nesse mesmo dia durante a noite para que, quando fosse dia 2, 9:00 AM em Manila (dia 2, 01:00 em Lisboa), a equipa de desenvolvimento pudesse realizar as alterações durante a nossa noite em Portugal. Quando eu chegasse à empresa no dia 2, 09:00 AM em Lisboa (dia 2, 16:00 em Manila) tinha apenas uma intervalo de 2 horas para poder trocar mails ou telefonemas com eles no sentido de esclarecer alguns pontos que não tivessem ficado claros no meu report e que necessitassem de melhor esclarecimento. E assim, só no dia 3, 09:00horas de Portugal teríamos as correcções feitas… como só podia agendar sessões de testes com 24 horas de antecedência só voltaria a realizar testes, no dia 4, às 09:00, em Lisboa… E com isto, já lá iam três dias…
Para minimizar estes tempos no futuro, o que pretendemos então é, para efeitos de manutenção, absorver o desenvolvimento na vertente de novas implementações e manutenção da aplicação em Portugal com uma equipa de desenvolvimento local em Portugal e, para esse efeito, é necessário recebermos a formação da programação realizada pela equipa de desenvolvimento cá nas Filipinas.
Ainda tentámos que fosse um dos elementos da equipa de desenvolvimento das Filipinas a Portugal, mas vocês nem fazem ideia da burocracia que era. Ficou mais rápido e pouco mais caro virmos cá nos à Ásia que mandar um Filipino a Portugal… Enfim…
E pronto, basicamente foi assim que cá vim parar e é assim que cá estou.

À noite jantámos no Podium um Pato no Forno (tipo Pato à Pequim do chinês) que estava bem delicioso. Ainda parei na Farmácia para comprar repelente de mosquitos (o meu ia a meio e acabou-se…) e chegámos ao hotel pelas 21:00.

Mais uma vez totalmente cansados, acabei por ligar a televisão na Fox para ver os “Ossos”, mas nem cheguei a meio do episódio e acabei por adormecer ai pelas 21:30…
Como é óbvio, que dorme 6 a 7 horas por noite e se deita às 21:00… às 3:30 da manhã estava acordado e sem sono, a jogar solitaire no IPod…
(Já no dia 3 de Manila...)

depois da noite acordado desde as 3:30, levantar às 8:30, banhoca, vestir, pequeno almoço e agora cá estou de novo no escritório para mais um dia de formação…

Veremos como vai ser este dia, especialmente a seguir ao almoço… De certeza mais um dia de Halteropalpebrismo… uff

Abraços Moinantes

terça-feira, janeiro 18, 2011

Manila, dia 1 – Trabalhinho é que é bom…


O jetlag acabou por se dar um pouco mais forte hoje. Acordei cedo devido à minha consistente estupidez pois deixei o despertador do telemóvel ligado para as 5:00 da manhã (hora a que acordei no dia da saída de Lisboa).
Resultado: Acabei por não dormir o que devia e acabei por passar o dia todo “queimadinho” a fazer levantamento da pálpebra, especialmente após o almoço.

O tempo está mais ou menos como ontem (nublado mas não demasiado quente, talvez uns 28º C / 30º C).

Saímos do Hotel pelas 9:00 pois ainda tinha que encontrar o edifício do escritório da empresa, mas acabou por ser uma agradável surpresa, uma vez que fica a 2 minutos a pé do hotel, utilizando a porta das traseiras. Se saíssemos pela porta da frente, teríamos de contornar o quarteirão e assim demoraríamos muito mais (talvez uns 5 minutos… :-))) )
Encontrámos um cafezinho junto ao edifício do escritório (Coffee and Donuts) onde tomámos o pequeno-almoço e começámos a trabalhar pelas 9:30.
Finalmente encontrei cara a cara a malta com quem tenho trocado infinitos mails de trabalho e não deixa de ser curioso o facto das ideias que acabamos por gerar no que respeita ao aspecto de uma pessoa com base apenas na sua voz ( um pouco à imagem dos locutores de rádio, que quando os vemos na televisão ou numa foto, acabam por ser pessoas tão diferentes daquelas que imaginávamos…)

O P.C. e o J.T., os colegas filipinos, receberam-nos com toda a simpatia e foi bastante agradável começar a trabalhar com eles aqui.

Fomos almoçar ao centro comercial The Podium ao Banana Leaf que é um restaurante de comida asiática (tipo Singapura e indonésia, não particularmente filipina…) onde comemos uma quantidade de comida exorbitante. Com habitual em mim, deixei ao cuidado do P.C. a escolha dos pratos uma vez que ele é que sabe o que é bom e o que nós poderíamos gostar ou não. Acompanhado de uma bela água de coco, a comida estava deliciosa.

O centro comercial The Podium, fiquei eu a saber, é um centro comercial do tipo gourmet, ou seja, as lojas e os restaurantes são para uma classe mais alta e os seus preços são mais elevados. Segundo eles, caso pretendamos comprar prendas para levar, o Mega Mall é mais em conta pois é um centro comercial bem mais para a classe trabalhadora, ou seja, bem adaptado a mim… Não se pense no entanto que se trata de um centro comercial da "tanga"… é um centro comercial à imagem de um Colombo ou Almada Forum, com tudo bem amplo e limpo. Até à três anos atrás, o Mega Mall era o maior centro comercial da Ásia, mas agora é o sexto maior, uma vez que os chineses e restantes vizinhos são completamente loucos por centros comerciais gigantes.

De volta ao trabalho da parte da tarde, sofrendo de tonelagem palpebriana (ou seja, um peso gigante no olhos que dificultava a abertura dos mesmos…) lá levámos a tarde de formação com tranquilidade.

A sala onde ficámos no escritório tem um vista privilegiada sobre Pasig (zona de Manila onde estamos…) e o 17º piso acaba por nem ser muito alto em relação aos enormes edifícios que nos rodeiam. Rodeado de edificios e parques de estacionamentos, mas não deixa de ser uma vista bem interessante quando olhamos para as montanhas ao fundo.

À noite, o P.C. marcou novo jantar para, e para não variar, num outro Centro comercial a 15 minutos do escritório chamado Shangri-la, num restaurante chamado Sumo Sam. Este Centro comercial é também, à semelhança do The Podium, um centro comercial para pessoas mais abastadas se bem que para mim, parecem-me todos iguais: gigantes e cheios de gente…
Ao jantar já contámos também com a presença do colega filipino C.O., que esteve fora do escritório e que só voltou ao final do dia. Simpático como todos, foi mais uma agradável companhia.

Assim, boa companhia, boa comida e uma troca de experiências de particularidades de ambos os países de origem assim como as diferenças culturais que acabamos por ter, encontrámos no entanto um ponto em que na realidade não diferimos tanto assim: a corrupção da classe política, assim com a sua “cara de pau” com situações de problemas com a justiça.

Depois de vários anos a serem “geridos” pela família Marcos (quem não se lembra da história da sua mulher Imelda Marcos que se encontra no guiness book of records como a dona da maior colecção de sapatos do mundo – 3000 pares de sapatos.), a classe política tornou a ter problemas com casos de corrupção com o presidente Joseph Estrada, deposto devido a um caso de corrupção após ter questionado um alto responsável da comissão de eleições no sentido de tentar obter informação sobre o estado das contagens de votos…

Actualmente, existem diversos senadores com casos de corrupção pendentes, mas que mesmo após penas de prisão efectivas e escutas telefónicas publicas, não abandonam a vida política e mantêm-se no poder, sendo votados pelo povo…

Onde é que eu já vi isto?!?


Voltámos para o hotel pelas 22:00, caminhando tranquilamente pela rua, junto ao Mega Mall, atravessando a rua junto a St. Francis Market (o mercado da pirataria, segundo J.T….) onde poderemos encontrar filmes em DVD por 40 Phps (menos de 1 euro…) bem como software pirata, roupa e outros afins… assim a "Feira do Relógio" cá do burgo… Tenho de lá passar durante o dia para dar uma vista de olhos e ver se trago alguma coisa que valha a pena...

Já no quarto, estoirado, deitei-me na cama, vestido e tudo, e acabei por entrar em “modo de suspensão” após pouco mais de 30 segundos… no entanto, muito a custo, ainda consegui levantar-me para me despir e deitar-me convenientemente, antes de fazer o “shutdown” final do dia…

Amanhã há mais…

Abraços Moinantes

segunda-feira, janeiro 17, 2011

Manila - Dia 0 - A chegada.

Bom, depois de uma interminável viagem de que começou às 5:45 da manhã de sábado em Lisboa e terminou às 11:00 de domingo (TMZ Manila – 03:00 TMZ LIS), num total de 22 horas de viagem, eu e o B.V. (o meu colega de trabalho que me acompanha nesta viagem…) chegámos ao hotel e descansámos um pouco.

Entrada em Manila, no aeroporto, sem grandes complicações, apenas uma longa fila de espera na alfândega, que acabou por ajudar no evitar esperar pelas malas. Quando chegámos ao tapete, já lá andava a “laranjinha“, tonta de andar às voltas…

Trocámos algum dinheiro para o táxi e algum pocket Money (100 € cada…) que deu qq coisa como 5300 Pesos (Php). O câmbio estava a 58 php por 1 €, pelo que as contas são fáceis. O dinheiro tb é fácil de entender e como não há fracções de pesos (tipo cêntimos ou centavos), até as moedas são fáceis, pois o seu valor facial numerário corresponde ao seu valor em pesos. (ao contrário da Europa com o €, que temos moedas com valores faciais de 10, 20 e 50, mas de cêntimos de €uro…)

A viagem de táxi correu sem problemas (300php a viagem – 5 € mais ou menos…) e sem trânsito, pois é fim de semana (domingo). Mas deu para ver um pouco das diferenças que existem com as zonas circundantes do aeroporto (mais pobre, com as célebres casas na água e os autocarros típicos das Philipinas, uma espécie de calhambeques com bancos compridos e corridos, enfeitados com cores, fitas e outras bugigangas…) e a zona onde estamos hospedados, mais central e mais cosmopolita, igual a tantas outras cidades do mundo, com hotéis, centros comerciais e zonas de edifícios de negócios onde saltam à vista os neons das maiores empresas do mundo inteiro…

As pessoas em Manila falam normalmente o inglês (apesar da língua ser o Tagalog…) e são extraordinariamente simpáticas. Desde as pessoas no aeroporto, o taxista, as pessoas do hotel, empregados de restaurante, policias… sempre com um sorriso e muito simpáticos.

No hotel, depois de abrir malas e descontrair um pouco, da parte da tarde, saímos um pouco para esticar as pernas e ao mesmo tempo tentar acertar o jet-lag que ainda nos afecta, para que amanhã, segunda-feira esteja minimamente aptos a trabalhar.

Aproveitámos para dar uma volta por um centro comercial em frente ao hotel, chamado The Podium, que é apenas um pequeno centro comercial de 4 ou 5 pisos e umas dezenas de lojas. Almoçámos por ali um hamburger, consumado com um expresso no Starbucks Café.

Caminha-se tranquilamente pelas ruas da cidade (pelo menos por onde andei hoje, aqui à volta do hotel…) sem uma grande sensação de insegurança que pudesse estar patente numa cidade com um nível de pobreza tão grande. Mantenho os meus habituais níveis de alerta (vicio dos tempos de Angola…), mas nada que se compare à sensação “abafante” que senti por exemplo quando estive em Luanda.
Abafante sim, e muito parecido com Luanda, é o clima. Temperaturas durante o dia a rondar o 33º C mas com humidades relativas superiores a 80%. O ar “pesa”, custa a respirar e o suor salta dos poros assim que saímos do conforto dos ares condicionados.

De volta ao hotel e depois, uma pequena sesta à tarde para repor os níveis de descanso (já estava com o raciocínio “toldado” e as como dizem os Clã “as palavras custam a sair…”) acordei bem melhor e mais fresquinho.

Pelas 19:30 saímos de novo um pouco e fomos dar um passeio a um outro centro comercial que fica uns dois quarteirões do hotel (sim, muito shopping, mas isto não há muito mais, para já, para ver… ainda é o dia zero, né? Vamos ambientar primeiro e depois logo alargamos horizontes, se o trabalho o permitir…)

Quando me referi ao Centro comercial The Podium como um pequeno centro comercial de algumas dezenas de lojas, refiro-me “pequeno” quando comparado com o gigante MEGAMALL, um gigantesco centro comercial que se encontra nas traseiras do The Podium e que é um abuso: 5 pisos e centenas de lojas. Cada piso deve ter um 200 ou 300 metros de comprimento e a coisa é mesmo em grande. Todo o tipo de lojas ocidentais (roupa, sapatos, comida) e por momentos, não fosse a quantidade de filipinos que por ali passavam sozinhos ou com as suas famílias, diria que estava num qualquer centro comercial de Portugal…
Acabámos por passear um pouco por lá e jantámos no Bistro da Pizza Hut, uma bela pizza Romana e uns pães de queijo e atum, muita bons mesmo. Jantar por 670 php (11 euros para duas pessoas, com pizza média, duas bebidas e os pães…): preço perfeitamente normal e ajustado à nossa realidade…

Voltámos ao hotel já passava das 20:30, já noite, mas caminhando tranquilamente, com muita gente nas ruas e sempre com uma sensação de segurança e tranquilidade.

Agora, são horas de ó-ó, pois amanhã começa a razão efectiva porque estamos aqui: Trabalhinho, que é bem bom…

Veremos o que nos reservam os próximos dias… falamos depois

Abraços Moinantes

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Manila - Dia -1




Bem...

- Mala feita (a célebre mala cor de laranja fluorescente...)
- PC preparado e "artilhado"
- Bilhetes e Passaporte
- máquina fotográfica carregada e cartão SD limpinho (espaço para 5000 fotos...:-))) )


Agora resta-me descansar bem pois deitando-me hoje à noite, se não houver stresses com os voos, só devo ver cama 20 e muitas horas depois

Entretanto

Estive a ver o clima e:

Manila - fim de semana
Ceu predominantemente nublado, temp 27º a 32º, 80% humidade.

Resto da semana:
temperaturas e humidades iguais, porém, Trovoadas com fartura e alguma chuva...

Bom, presumo que praia está fora de questão... :))
Bom, espero pelo menos que a viagem corra sem sobressaltos (atrasos e afins...) e que consigamos chegar a Manila a horas de podermos acertar o jet-lag, para 2ª feira estarmos minimamente funcionais para trabalhar...
Amanhã vou contando mais novidades...

quinta-feira, janeiro 13, 2011

Viagem ao outro lado do mundo... - Manila, Filipinas


Pois é, como diria o homem dos carrinhos de choque das festas lá da vila - "Mais um ficha, mais uma voltinha..."...


Desta vez, o destino leva-me ao outro lado do mundo (mais ou menos...)...


- Manila, Filipinas.


Desta vez, e ao contrário da viagem a Angola, a estadia é bem mais curta - apenas uma semana. Em trabalho, novamente, parto neste sábado e volto no próximo...


Até aqui tudo bem... mas quando olhamos para o percurso e o tempo que levamos... uff!


Lisboa => Amesterdão - 3 horas

Amesterdão => Manila - 13 horas

Manila => Amesterdão - 14 horas

Amesterdão => Lisboa - 3 horas


Sem contar com os tempos entre ligações, estamos a falar de qq coisa como 33 horas de avião em 8 dias...


Mas pronto, certamente ai valer a pena.


Em termos profissionais, vai ser esgotante pois vou estar pelo menos 8 horas por dia permanentemente ocupado.
Em termos particulares, como chego no domingo de manhã (é verdade que cheio de Jet-Lag...) vou tentar aproveitar o dia para recolher "dados" e tentar conjugar o trabalho durante o dia e algum lazer depois do trabalho... assim talvez só à noite dê para dar um giro pela "vila", mas como ainda não sei bem onde fica o hotel nem como são os acessos para o centro e afins, vou esperar para ver... sei que não é propriamente perto do centro (talvez uns 40 minutos de carro) mas está sempre tudo muito dependente de como me poderei movimentar na cidade (metro, táxis, segurança, etc...). Conto com alguma colaboração local para me servirem de anfitrião...
Veremos...


Assim, apenas falta arrumar a mala, preparar a máquina fotográfica e vamos à aventura...


Vou tentar postar algumas coisas (fotos sobretudo, se me for possivel...) durante a estadia e por isso não deixem de acompanhar aqui pelo Moinantes...


Abraços

terça-feira, janeiro 11, 2011

O Vendedor de Automóveis...


Era uma vez um aldrabão que daria um excelente vendedor de automóveis que decidiu ser Primeiro Ministro.

Conclusão:

Perdeu-se um óptimo vendedor de automóveis e ganhou-se uma merda de um primeiro-ministro.

Esta é a conclusão da magnifica entrevista de Henrique Neto ao "Jornal de Negócios", que aconselho vivamente a todos lerem AQUI e que deixo algumas passagens com alguma pérolas de alguém que não tem "papas na língua" nem vontade de dar "jeitinhos"...

"Uma vez, fui a um debate em Peniche, conhecia o Sócrates de vista. Isto
antes do Governo Guterres. Não sabia muito de ambiente, mas tinha lido umas
coisas, tinha formado a minha opinião. O Sócrates começou a falar e pensei:
"Este gajo não percebe nada disto". Mas ele falava com aquela propriedade
com que ainda hoje fala, sobre aquilo de que não sabe [riso]. Eu, que nunca
tinha ouvido o homem falar, pensei: "Este gajo é um aldrabão, é um vendedor
de automóveis". Ainda hoje lhe chamo vendedor de automóveis."

(...)

"Quando se pôs a hipótese de ele vir a ser secretário-geral do PS, achei uma
coisa indescritível. Era a selecção pela falta de qualidade. O PS tem muita
gente de qualidade. Sempre achei que o PS entregue a um tipo como o Sócrates
só podia dar asneira."

(...)

"Estudei um pouco da história portuguesa, nomeadamente dos Descobrimentos;
fizemos erros absurdos. Um dos erros é deixarmo-nos enganar, ou pelos
interesses, ou pela burrice. O poder, os interesses e a burrice é explosivo.
Descambámos no Sócrates, que tem exactamente estas três qualidades, ou
defeitos: autoridade, poder, ignorância. E fala mentira. Somos um País que
devia usar a inteligência e o debate para resolver os problemas, e temos
dirigentes que utilizam a mentira e evitam o debate."


(...)

"Não tenho nada contra José Sócrates. Se ele se limitasse a ser um
vendedor de automóveis, ser-me ia indiferente. Mas ele é o primeiro-ministro
e está a dar cabo do meu País. Não é o único, mas é o mais importante de
todos."