sexta-feira, setembro 16, 2005

Ai Portugal, Portugal...

Hoje fui almoçar e enquanto almoçava fui vendo as notícias...

Deu o furacão nos Estados Unidos, em New Orleans...
Deu atentados no Iraque...

só desgraças...

e pensei cá para mim:

"de facto, nós em Portugal, somos uns priviligiados... Não temos furacões, não temos atentados, não temos nada"...

Não temos mesmo nada, né?

E se em relação aos furacões não podemos fazer efectivamente nada pois cá na terra não corre mais que umas brisas mais fortes e só "nas terras altas" e no caso dos atentados, as FP-25 já foi "chão que deu uvas", felizmente, o mesmo já não se pode dizer em relação ao facto de "não termos nada"...

Se não vejamos...

Nos EUA, todos aqueles estados junto às zonas dos furacões, sabem que, mais ano menos ano, irão ver as suas casas e bens voarem ao sabor de ventos de 250 Km/h. Como sabem que é assim e não fazem nada, por muito que isso nos custe, as pessoas merecem pois optaram por ficar e pagam as consequências...


Por outro lado, no Iraque, não obstante todos os problemas actuais que foram catalizados pela invasão das forças aliadas, o regime de Saddam não era nenhuma pêra doce. E agora que estão livres de um regime ditaturial, poderiam era ser todos amigos, entenderem-se e fazer daquele país um dos mais ricos do mundo, atendo à quantidade de petróleo que eles têm.
Mas não... preferem continuar a rebentarem-se como sapos à porta de esquadras e a matarem-se uns ao outros por razões que até a razão desconhece. Por isso, têm o que merecem...

E nós cá em Portugal, passa-se o mesmo.
Se não temos nada, é porque o merecemos... ora vejam...
...continuamos a votar mal ou a não votar e a resmungar com as decisões das estruturas políticas.

Porquê?

...as decisões são feitas pelos políticos em que o povão votou...

os que não votaram, não têm do que se queixar...
os que votaram na oposição não se organizam de forma efectiva para evitar que o governo (ou quem manda...) continue a esbanjar os nossos €uros...

Assim só posso concluir uma coisa triste:

Se, por um lado, temos a felicidade de não termos nada, pelo outro, somos uns infelizes por nada termos...

E se ainda acham que não, vejam esta...

Somos o único país do mundo onde sai uma sondagem que nos diz que, se fossem hoje as eleições presidenciais, o vencedor das eleições com 53% da intenções de voto seria Cavaco Silva... e o mais ridiculo é que o homem nem sequer ainda é candidato... ufff!

Como diz o Jorge Palma, numa música escrita, segundo ele, "por aí, não sei bem quando" e lançado num album de 1982, e que continua tão actual:

"Ai Portugal, Portugal, mas do que é que tu estás à espera?"

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