Esta semana que passou ficou trágicamente marcada por mais um episódio triste que marcou para sempre toda a forma como encaramos a fragilidae do ser humano e a capacidade de perdoar e ser perdoado.
Mesmo nas situações mais dificeis, o ser humano tem a soberba capacidade de sobreviver e de conseguir ir buscar forças e argumentos dentro de si que muitos julgavam não ser possível.
As formas de demonstrar-mos perante os outros as nossas fraquezas e a assumirmos as nossas falhas através de argumentos sólidos e de palavras doces, fazem de nós o ser mais especial que Deus colocou na face da Terra.
E é por isso que eu não podia deixar passar em branco este episódio tão enternecedor e marcante da nossa sociedade e que demonstra com inegável transparência uma qualidade que mostra de uma forma vincada o que é o verdadeiro espiríto do povo português.
É, portanto, óbvio, que toda a gente já se apercebeu do que estou a falar: essa qualidade é a CARA DE PAU do português e que o episódio a que me refiro é o dos cigarros do Zé Sócrates a bordo do voo TAP para a Venezuela.
Se entendo que o episódio por si só tem a mesma importância de um dejecto de pombo numa cabeça penteada e que os comentários políticos feitos pelo PSD e restante oposição de que o Zé e do ministro e de mais meia dúzia de acompanhantes da "corte" terem fumado cigarros quando não o poderiam fazer, ter propriedades igualmente fecais, considero que a declaração pública do Zé a pedir desculpa por ter fumado e que só o fez porque não sabia, é de me deixar em BRASA!!!
FOSGASSE!!!! NÃO SABIA!!???!!!
Então em que governo foi aprovada a lei do tabaco? Será que o tipo também não sabe quem foi o Primeiro-Ministro desse governo???
E ainda por cima, vir dizer com aquela cara de pau que só mesmo ele consegue ter nas ocasiões mais estapafurdias, de que tal situação não tornará a acontecer pois vai deixar de fumar...
Bom, se a estupidez fizesse jurisprudência, da próxima vez que eu fosse, por exemplo, controlado em excesso de velocidade no meu carro, mandaria chamar as televisões e faria uma declaração pública do género:
"Caros amigos, sim é verdade que ia a 237Kms/h nesta auto-estrada e lamento que o tenha feito. Na realidade apenas o fiz porque estava convicto que o podia fazer e até porque já o havia feito em outras situações semelhantes. No entanto, sabendo agora que não o podia fazer, peço desculpa pelo facto... e mais, posso ainda adiantar-vos que não o tornarei a fazer, pois vou deixar de andar nas auto-estradas..."
Será que pega?

2 comentários:
:)
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