quarta-feira, abril 08, 2009

Ben-U-Ron ou paracetamol?

Esta coisa dos médicos e da ministra da Saúde não aceitar que as farmácias possam vender os genéricos, confesso que me faz confusão.

A proposta do Paulo Portas, por incrivel que possa parecer, é adequada. Ou seja, a ténue linha que separa os médicos dos farmacêuticos bate exactamente neste ponto.
O médicos são os elementos que devem, por natureza, avaliar, diagnosticar e conhecer os mecanismos para solucionar ou amenizar uma doença, em função do seu trabalho efectivo: anamnese, análises complementares e conhecimento da ficha médica do seu"cliente", o doente.
O farmacêutico, por seu lado, deve ser o especialista dos medicamentos a utilizar em função da informação prestada por receita pelo médico.

Ou seja,

O médico após avaliação do paciente encontra que o mecanismo correcto para tratar a doença será um determinado principio activo que, através da anamnese, verifica que não é contra-indicado para o paciente ou para outro medicamento que esteja a tomar.
Dessa forma, o médico não deveria receitar Ben-U-Ron ou Aspirina mas sim Paracetamol ou ácido acetilsalicilico pois esse é o seu entendimento. Depois, na farmácia, o papel do farmacêutico será de aconselhar o paciente a escolher, de entre as várias possibilidades e preços, entre o medicamento genérico ou outro.

Não querendo ser simplista com o assunto, entendo que existem situações mais complexas do que simplesmente uma aspirina ou um Ben-U-Ron... Por exemplo, um relaxante muscular muito conhecido para quem dores nas costas: Adalgur-N Comprimidos.
O Adalgur é apresentado com o principio activo de Paracetamol (500mg) mas com a componente de relaxante muscular do Tiocolquicosido (2g - base do Relmus, p.ex.) 2g.

Dessa forma, se o médico entende que o paciente tem, por exemplo, uma dor nas costas ou num joelho, causados por uma distensão ou contractura, o médico apenas deveria dosear os principios activos: por exemplo, Paracetamol (como analgésico) e tiocolquicosido (como relaxante muscular).
Por exemplo, receitaria 3 tomas diárias de 1000mg de paracetamol e 4 mg de tiocolquicosido.

O farmacêutico, de acordo com a toma prescrita pelo médico, optaria por apresentar ao seu cliente, por exemplo, ou Ben-U-Ron 1000mg, ou dafalgan 1g, ou Paracetamol Genérico 500Mg comprimidos para suprimir a necessidade de paracetamol e por exemplo Relmus 4g.

Aí o paciente tomaria 3 comprimidos de Relmus de 8 em 8 horas (tiocolquicosido 4g por toma) e e as quantidades necessárias de comprimidos de paracetamol para suprimir os 1000mg por toma (Ben-U-Ron 1000mg ou Dafalgan - 1 comprimido ou Paracetamol Genérico 500mg - dois comprimidos).
No entanto, é mais simples ao médico receitar directamente Adalgur N que já tem a composição pretendida de uma forma doseada do que colocar os principios activos...

Já para não falar nos lobbys farmacêuticos junto da classe médica... mas isso é outra coisa, né?

Ou não...?

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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