domingo, junho 08, 2008

Mem-Martins Sport Clube - os tempos de glória

Como toda a gente, também eu tenho um passado obscuro...

Não, não tive nehuma experiência especial com o Bibi ou nada que se pareça... tranquilizem-se...

Estava eu a limpar papéis em casa dos meus pais, quando encontro, nada mais nada menos que o meu cartão de Jogador da Associação de Futebol de Lisboa, enquanto federado pelos júniores do Mem-Martins Sport Clube, época de 1988/89...

Fiquei abismado como me recordei desses já longínquos tempos ( afinal já se passaram 20 anos !!!)...

Vamos lá fazer um retrospectiva da coisa:

Não obstante ser de naturalidade estrangeira, cedo fui viver para Mem-Martins, num pequeno e pacato bairro de vivendas (Bairro do Recanto), numa então aldeola de província como era nessa altura, ligada a Lisboa pela Estrada de Sintra (actual IC19) e pelo comboio, na então e ainda actual Linha de Sintra.

Os tempos eram efectivamente outros. A vida resumia-se a brincadeira e sair de casa de manhã e voltar à noitinha, todo roto e sujo de lama, depois de passar o dia a jogar à bola, a andar de bicicleta, ou a fazer traquinices por ali...


Com o passar dos tempos veio a responsabilidade da escola e fiz a primária na saudosa Escola Primária Guerra Junqueiro (junto ao campo da futebol do Mem-Martins Sport Clube), a Preparatória na Escola Preparatória Visconde Juromenha, naquela altura uma escola plantada em plena mata das Mercês, actualmente plantada em plena "mata urbana" da Tapada das Mercêse o secundário dividido entreo Colégio D.Afonso V e a Escola Secundária de Mem-Martins.



Foi nessa altura que, com os meus 16 anitos, e à revelia dos meus pais, fui a uns treinos de captação para os juvenis do Mem-Martins Spor Clube (no campo que ficava enconstadinho à minha escola primária) e fui convidado pelo treinador para integrar a equipa de Juvenis.


Ainda custei a convencer o meu pai a assinar a autorização, mas lá se fez a coisa e assim me fiz jogador da bola.





Jeitoso com os pés, rápido e de finta longa, acabei como nº 7, isto quando os números eram de 1 a 11 (titulares e de 12 a 16 (suplentes). Nessa altura o nº 7 era o extremo direito. Sempre gostei do nº 7 e ainda não haviam cá Figos nem Ronaldos...



Nessa altura, o nº 7 para mim era o Pierre Littbarski, o nº 7 da selecção da RFA... pois para quem não sabe, naquela altura havia duas Alemanhas: a RFA (Republica Federal Alemã) e a RDA (Republica Democrática Alemã...)...

Esse sim, foi para mim o melhor se7e da história do futebol: pernas tortas, ar jingão, jeitoso de pés, finta larga... Ui, com eu gostava de vestir aquela camisola do Mem-Martins, preta e amarela às riscas, tipo "abelhinha", e, enquanto corria velozmente pela ala direita daquele pelado cheio de ervas, imaginar-me em pleno mundial do México, a fazer os meus malabarismos com a bola e a encantar o mundo com um sorriso nos lábios... como o Littbarski...

No entanto, rapidamente passei de nº7 a nº15, o que significava naqula altura, deixar de ser titular para ser suplente... ainda que bastante utilizado, era suplente... já não era o "nº 7"...

Mas enfim, era bom de ver que a minha vida não ia passar por nenhum Mundial de Futebol e por isso fui-me divertindo com os meus colegas (do futebol e alguns deles da escola), até à minha segunda época de Júnior onde uma grave lesão num tronozelo (uma entorse grave com rotura parcial dos ligamentos...) terminou para sempre com a minha carreira futebolística.

Depois, já com 19 anos e desfeitos os sonhos de bola, comecei a trabalhar em Lisboa e a minha vida passou a ter outros destinos e sentidos, até que quando me casei, em 1998, com 25 anos, fui viver para a margem sul (Seixal) e então perdi todo o pouco contacto com ainda tivésse esses colegas de bola, sem saber o que fazem onde estão e o que vieram a ser.

Eu, que gostava de ter sido o Littbarski da Alemanha, acabei por ser simplesmente o Alves do Mem-Martins... "Aquele miúdo jeitoso, que joga com às vezes com o 15... que entra sempre na segunda parte e costuma dar um jeitinho aos jogos..." comentava-se no café "Os Ases" em algumas mesas no domingo à noite, e que, sempre que ouvia fingia não ouvir mas que me alimentavam o ego e me deixavam inchado de orgulho lá por dentro... para algumas pessoas, eu até podia ser o Littbarski, né?

No entanto, deste episódio achei piada a forma com me lembre de mutos dos meus colegas de então... Lembrei-me de imensa gente com quem perdi todo e total contacto desde essa altura ou pouco tempo depois e que gostava de saber deles... apenas o Rui Belo continou a ter contacto permanente...

Por isso deixo aqui um apelo a quem visitar este post, que caso tenha contacto com alguém que tenha pertencido às equipas de Juvenis e Júniores do MMSC nos anos de 86/87, 87/88 e 88/89, me deixe um comentário ou um mail, pois gostava de arranjar fotos dessa altura e até quem sabe, juntar a malta num jantar... isso então é qu era bem fixe...

Deixo aqui alguns nomes de malta que me lembro e que podem trazer-vos algum clique... que me desculpem os que aqui não menciono, mas a minha memória também não dá para tudo...


O treinador: Zé Carlos (Morava na Tala... um tipo magro, de bigode...)

Guarda Redes: O Paulo Truta, o Paulo Guisado e ainda havia outro (não me lembro...)

Defesas: Pedro Esteves, o Charraz (calçava o 47, o pezudo...), o Daniel (tb conhecido por Sócrates, o filósofo), o Miguel, ...

Meio-campo: Luis Bravo, Monteiro, Cristino, Pascoal, o Paulinho, Rui Belo Lopes,

Avançados: Aurélio (conhecido pelo "Camurço"), Capela, ...


Bom... e faltam tantos...

Fica aqui o apelo... agora só me resta esperar...

Abraços do Alves, agora Moinantes...

1 comentário:

Anónimo disse...

vi agora o que escreveste...que saudades...também eu cresci em mem martins e frequentava o café "os ases":) andei na tão saudosa escola e conheço algumas pessoas de que falas. Agora vivo em lisboa, mas de vez em quando vou lá matar saudades...está tudo diferente. O paulo truta ainda lá mora e outros nomes que falas também;) pode ser que consiga arranjar alguns contactos se ainda quiseres, sim? é sempre bom regressar às raizes. um abraço.

susana miguel.