sábado, março 14, 2009

Top Gun By Tarantino




Pois é, camaradas, hoje caiu por terra um dos meus mitos da adolescência...

Quando eu era miúdo, era assim:

Não tinha consciência social, não tinha conceitos do que seria a realidade da vida, que a minha vida se resumia a estar acordado ou estar a dormir, de beber cervejas ou TriNaranjus de laranja, que era um puto pouco imberbe, com um buço à Charles Bronson, inexperiente, sexualmente subaproveitado, com cara de idiota, que tinha a mania que era giro, que andava de bicicleta todo o dia e armado em parvo, de 16 anos (*), e que tinha a mania que era o Top Gun.

(*) - aponto apenas que todos os adjectivos que me descrevem se mantêm perfeitamente actuais com excepção do buço à Charles Bronson que desapareceu e da idade que passou de 16 para 37...


O Top Gun, para quem não sabe, foi um filme que apareceu em meados dos anos 80 daqueles de aviões e de tipos de óculos escuros, casacos de aviador que conduziam motas rápidas e eram pilotos de aviões.

Um filmito daqueles que actualmente se podem comparar a um Camp Rock ou a uma Hanna Montana, mas com sexo e asneiras.

Mas quando eu era miúdo, aquilo era o máximo... e toda a gente queria ser o Top Gun... e eu também.

No entanto, ao fim de mais de 20 anos, descobri que afinal o Top Gun não é um filme de gajos másculos que sacam miúdas nos bares a cantar músicas dos Righteous Brothers nem conseguem ter sexo consumado (mesmo consumado, com "coisanço" e tudo...) com tipas louras e giras e pilotar máquinas caras e velozes. O Top Gun é antes sim uma sublimar história de homosexualidade bem ao jeito de um Brokeback Mountain...

E quem é que descobriu isto? Nada mais nada menos que o meu guru espiritual, Quentin Tarantino.
Quentin Tarantino, um visionário que está para além do seu tempo, muito provavelmente devido ao consumo abusivo de substâncias alucinógeneas ilegais, consegui ver o Top Gun de uma forma completamente diferente.

Em vez de ver um monte de testosterona com óculos escuros e casacos de cabedal, ansiosos de sexo a dois (sim, porque sexo a um tem outro nome...) e de demonstrarem a sua virilidade com todos os adereços, Tarantino descobre um bando de paneleirotes reprimidos sem coragem de se assumirem e que despejam as suas frustações em aviões e motas de alta cilindrada.

Assim, se algum de vocês, tal como eu, se sentiu enganado pelo Tony Scott ( o realizador de Top Gun) e só agora descobriu que, em vez de ser um macho infeliz poderia ter sido um alegre paneleiro, lamento que pensem assim, mas ainda vão a tempo. Assumam-se, gaita...

Quanto a mim, lamentavelmente, já não me sinto com disposição de mudar a agulha e passar-me para o inimigo, pelo que me resta seguir o meu infeliz caminho de macho alfa, mas sem fêmea nenhuma... nem alfa, nem beta nem zeta... o máximo que posso esperar talvez seja uma femêa Visa ou Unibanco... e mesmo assim, não é fácil, pois elas desconfiam sempre de tipos vestidos de casaco de aviador e óculos RayBan...

Apenas fico apreensivo com todos aqueles miúdos de 16 anos que hoje vejo com cabelos à Jonas Brothers e que, quando chegarem aos 37 anos acabem por descobrir que afinal, o tipo da guitarra "abafava" a palhinha aos outros dois e que a Hanna Montana afinal é uma lésbica assumida danadinha por uma boa lingere de silicone... Abram os olhos, miúdos...

Pois bem, sigam então este link abaixo para um pequeno video de pouco mais de 2 minutos onde poderão ver a magnifica explicação do Tarantino, onde ele desmonta o Top Gun de uma forma simplesmente sublime.

Abraços Moinantes

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