A dissertação do cócó

Se há coisas que me fazem confusão, são aquelas pessoas que, após largarem o "calhau", tem dificuldade em perceber que deixaram agarrados às paredes da sanita, restos de m€rd@...

Assim, para todos aqueles que, ao lerem o anterior parágrafo anterior, disseram:

"- Hã? ficam bocados de cócó agarrados às paredes da sanita depois de limpar o rabiosque? Curioso, nunca tinha reparado... para a próxima vou espreitar..."

ficam aqui as instruções detalhadas:


Deslocar-se ao WC
- Munir-se de um jornal ou revista. Serve de distração lúdica durante o processo de cócó para alem de servir de backup em caso de acabar o papel higiénico.

Entrada no WC
- Ao chegar à casa de banho, bater à porta, para conferir que não se encontra ninguém no seu interior.
- Se alguém responder algo diferente de "Entre!", aguarde a sua vez no exterior da casa de banho.
- Se ninguém responder em 3 segundos, abrir a porta e entrar.
- Se alguém responder "Entre!", confira se não está a bater à porta do gabinete do chefe.

Procedimentos de segurança "pré-cócó"

- Conferir de novo se não está ninguém sentado na sanita, pois sentar-se na sanita antes do anterior utilizador sair, pode ser particularmente doloroso, caso seja um homem, ou inexoravelmente deprimente, caso seja uma senhora...
- baixar as calças, calções ou saia
- baixar os boxers, slips ou cuequinha de fio dental
- conferir que não existe mais nenhuma peça de roupa entre a água da sanita e o rabo. Se existir, deve retirá-la sob risco de, não o fazendo, ao sair da casa de banho, toda a gente olhar para si com cara de nojo.
- Verificar a existência de papel higiénico ou algo que possa utilizar para limpar os vestigios de cócó no final. Este passo é muito importante pois caso não faça esta verificação nesta fase corre o risco de, na fase de pós-cócó, não ter onde limpar os restos que ficam acumulados junto do rabiosque... Poderá praguejar com o animal que acabou com o papel e não pôs mais, mas a realidade é que o cú que fica cagado é o seu... muita atenção, portanto...

O Procedimento cócó (própriamente dito...)

- assentar o rabo na sanita e fazer uma "forcinha" até sentir uma libertação que o alivia de maus pensamentos. Pode ser acompanhado de um xixi (antes ou depois... durante é mais complicado...) ou de alguns ruídos semelhantes aos de uma baleia ou de um golfinho num daqueles programas do National Geographic... Nada tema, chamam-se peidos e são perfeitamente normais nesta fase do cócó...

Procedimentos de segurança "durante o cócó"

- Caso o cócó seja de consistencia sólida, ter atenção à direcção que o mesmo toma ao sair do seu rabiosque: caso tome a direcção directa da água da sanita, pode ocorrer o fenómeno vulgarmente conhecido por "banho turco", e que consiste em ver as suas nalgas salpicadas pela água da sanita. Este fenómeno, caso ocorra no Inverno ou em dias de frio, pode causar algum desconforto, mas em dias de verão até pode ser bastante revigorante e restabelecedor.

Procedimentos Pós-cócó

- Olhar para o interior da sanita e constatar que o cócó está efectivamente lá. Caso não esteja, retome a fase "Cócó propriamente dito" ou confirme se não cagou em cima de uma tartaruga...
- Após terminar a evacuação (é o termo médico para o vulgar "largar o castor" ou "arrear o calhau"), deverá retirar uma quantidade adequada de papel higiénico e dobrá-lo em duas ou três voltas, dependendo da sua qualidade ou preferência, e limpar o rabo, na direcção que melhor entender (de trás para a frente ou da frente para trás).
Notem que não existe nenhuma doutrina que defenda qualquer uma das metodologias a aplicar sobre a direcção a tomar na limpeza do rabo, se bem que no Alentejo, seja vulgar os homens limparem de trás para a frente, segundo eles "para estrumar os tomates...".
Mais uma vez reforço: não existe qualquer estudo que comprove cientificamente que tal seja vantajoso, pelo que deixo ao vosso critério.
- Devem repetir esta operação tantas vezes quantas as que considerem necessárias para que não subsistam vestigios de cócós no rabo. Realço que, numa sondagem feita à porta das casas de banho públicas de estações de metro pela Universidade Católica, indica-nos que 36% do homens limpam o rabo, no máximo, 3 vezes, 12% até 5 vezes, 22% não responderam e 30% não limpam.
- Antes de dspositarem o papel na sanita junto do cócó, devem conferir se a cor do cócó do papel corresponde à cor do cócó na sanita.
- Conferir a existência de um pequeno botão, maçaneta ou corda, na parte anterior da sanita que fará accionar um mecanismo conhecido por "autoclismo" e que serve para fazer o cócó e o papel consumido na limpeza seguir o seu percurso para a praia mais próxima através de um tubo designado por "esgoto" ou "caneiro".
-Deverá repetir o passo anterior antas vezes quantas as necessárias para que o cócó e respectivos papéis desapareçam do interior da sanita.
- Apenas nesta fase deverá puxar para cima toda a roupa que colocou junto aos tornozelos na fase "Procedimentos de segurança pré-cócó" e nunca antes... notem que se o fizerem, por exemplo, durante o proedimento de cócó, o efeito pode ser catastrófico e manifestamente aborrecido para quem lida consigo diariamente.
- Ultrapassada esta por vezes maçadora fase, deverá ser feita uma verificação ao interior da sanita, procurando por pequenos e aborrecidos pedaços de cócó que se tenham alojado nas paredes da sanita.
- Caso verifique a existência de cócós agarrados à sanita, deverá recorrer a um utensílio denominado "piaçaba", "piaçá" ou "pequena escovinha para limpar cócós" e esfregar sofregamente até "descolar" todos os pedacinhos.

MUITO IMPORTANTE: não confundir esta pequena escovinha com a escova de dentes... do ignorar deste aviso podem advir alguns dis(sabores).

Procedimentos Opcionais (após fase "Pós-cócó")

- Puxar novamente o autoclismo com a finalidade de fazer seguir os restos removidos pelo piaça e recolocar no fundo da sanita uma água limpa (muito útil para quem tem cães, gatos ou crianças que tenham por hábito beber àgua da sanita)
- Lavar as mãos.



Caso algum destes passos não fizesse parte do seu habitual ritual de cócó, entendo que o Moinantes tenha sido útil para o seu bem-estar e daqueles que o rodeiam ou que utilizam a mesma casa de banho que você.

Nota final:
No reino Unido, "WC" é também conhecido por "White Chapel", pelo que, nesses países, se entrar num WC e vir 400 pessoas sentadas em bancos corridos a olharem para um individuo vestido de branco, na realidade não se trata de uma casa de banho comunitária mas sim de uma igreja...