Cá estou, em directo de Luanda, completando a 1ª semana de estada.
Depois de todos os precalços da chegada e do primeiro contacto com África subsariana (debaixo da Sara, eheheh), estou a criar o meu espaço.
Como alterei o meu MSN para "@Angola", o pessoal apercebeu-se que eu estou fora de Portugal e tenho falado sobre bué de cenas relacionadas com Angola e com África que cada um tem de experiência.
Descobri que estão cá alguns ex-colegas de trabalho, amigos de amigos, familiares de amigos e amigos de familiares... Ainda ontem conheci um tipo no cliente onde fui que diz que conhecia muito bem Mem-Martins, zona onde eu cresci e vivi até me casar...
Não obstante a gigantesca dimensão desde mundo, a sua dimensão resume-se às pessoas que nele vivem. Ora vejam, quantas vezes não conheceram uma pessoa, amiga de um amigo, e em conversa essa pessoa não conhece alguém ou algum local que não faria qualquer sentido a pessoa conhecer, como por exemplo, um colega de escola, ou o sr da mercearia da nossa rua, pois ia de férias para a mesma praia que ele? Coincidências? Ou talvez não?
É engraçado de facto eu ter começado por dizer que me estou a criar o meu espaço, quando na verdade, o meu espaço está criado e apenas tenho que me ajustar à sua forma para que ele fique preenchido: por mim, por todos os que me rodeiam, por tudo o que me rodeia.
O nosso espaço é aquilo que fazemos dele e tudo o que nos rodeia, e tem impacto directo sobre todo o ambiente e todas as pessoas que nos rodeiam.
E é nessas alturas que sinto que tudo tem sentido, tudo é feito com um propósito... se não for para mim, será para alguém que me rodeia... nem que seja a quase 6000 kms de casa... e seja cá, seja a 6ooo kms daqui...
Assim, deixo-vos um conselho (gratuíto...):
- nunca se arrependam de nada do que façam, desde que o façam com a certeza que estão a fazer o que o vosso instinto vos diz. Mesmo que não aconteça o que esperam, mesmo que o resultado não seja o melhor para vocês, que o mundo pareça sem significado, as acções que tomaram terão sentido para alguém ou para algo... e é por isso que somos importantes... por mexemos em nós e em quem nos rodeia...
Posso parecer lamechas e triste com este post, mas garanto-vos que não estou... estou bastante feliz, pois estou a sentir que este projecto e esta viagem sempre fizeram parte do meu caminho, e que está certo o facto de eu estar aqui, em África, Angola, Luanda, em pleno Bairro Operário, no meio de um musseque, cheio de trampa até aos joelhos... sinto que está certo, e por isso sinto que me estou a preencher...
No meio deste processo, apenas uma coisa me deixa triste e angustiado: a distância física que me separa da minha mulher e as minhas duas filhas... passou apenas uma semana e ainda não deu para sentir o aperto das saudades, até porque tenho o meu tempo sempre preenchido, o que ajuda. Mas estou certo que quando chegar, a saudade vai apertar, e o coração vai ficar molinho...
Sei também que o pessoal cá não me vai deixar ficar na fossa, e vai dar uma mão e puxar para cima...
nesta primeira semana, a experiência tem sido enriquecedora... vamos prosseguir...
um abraço angolano
Moinantes
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