Lobito e Benguela – mais um fim de semana (em) grande...

Ao fim de 15 dias em Angola, tenho tido alguma sorte com o aproveitamento dos diversos fins de semana que cá apanhei... ora vejam...
Cheguei a 20 de Março (5ª feira) e na sexta foi feriado (sexta-feira santa)... pimba... fim de semana grande...fui a Cabo Ledo..
O fim de semana passado, dia 4 de Abril foi feriado à sexta-feira (dia da Liberdade cá em Angola não é a 25 de Abril... é a 4 de Abril...), e pimba de novo... fui a Lobito e a Benguela...

Nesse dia fomos a malta do costume: Eu, o RP, o RE, o RL, o PT, a RB e a P.. em dois carros.


À saída de Luanda, 7:00 AM: avaria na Mitsubishi... embraigem rebentada.


Voltámos para trás, trocámos de carro e fomos buscar um Jimny do RP (!!)... foi dura a viagem do Jimny... 1100 Kms é pau...

Depois de um pequeno almoço na Pastelaria Nice, aí fomos em grande estilo...


A viagem correu sem mais precalços, almoçámos no Sumbe (mesmo junto à praia, muito boa a lagosta...) e chegámos ao fim do dia ao Lobito.



Lobito é uma cidade costeira situada a uns 550Kms a sul de Luanda, com uma linha de praias a fazer lembrar Cascais ou Carcavelos... casas fantásticas (casarões mesmo!!), marginal fabulosa, restaurantes com muita pinta, cafés, bares, discotecas e acima de tudo, uma sensação de segurança que ainda não tinha sentido desde que cheguei a Angola.


Este ponto da segurança tem um papel muito importante para quem vive em Angola. Isto porque Luanda é o que eu chamo de uma cidade “forte”... “Forte” no sentido de não ser uma cidade fácil de se viver e trabalhar. Desde o trânsito caótico, à criminalidade violenta, à falta regular de coisas básicas como água, electricidade ou combustivel, vive-se em estado permanente alerta e é dificil descontraír...

No entanto, no Lobito e em Benguela, tudo foi diferente... vê-se pessoas a passear nas ruas, malta a fazer jogging junto às praias, comércio,
descontração...
Não obstante, para entrar no Lobito, tivémos uma recepção angolana pelo meio do musseque, com o mercado a decorrer, em dia feriado, com manifestação de MPLA e tudo... foi um pouco estranho, mas enquanto entrávamos na cidade, fomos brindados mais um pôr do sol arrepiante, com o céu a “sangrar” luz por entre cores azuis, laranja e cor de rosa, dificeis de explicar mas de cortar a respiração para quem o vê in loco.

Resolvemos assim começar a descontrair com uma saída frustrada a um discoteca de sexta para sábado, com o “gang” a dividir-se entre a malta que queria “ripar” a noite e a malta que estava cansada da viagem e que preferia ir para casa “chonar” (10 horas de viagem, por estradas duras, assim tipo estradas nacionais em Portugal)... amuos à parte (o amigo RP ficou “urso” eheheh...), ainda ficámos na varanda da Guest House a curtir a noite quente e a vista sobre a cidade até às 3:00 da manhã... uma vez mais, fantástica...

No dia seguinte, arrancámos para a praia e fizémos um dia de praia nas cadeiras do Hotel Términus, com a água a estar quente, completo caldo... apenas estava a puxar um bocado, mas ainda assim só apetecia estar “de molho”... a praia acabou já de noite, depois de uma jogatana de vólei de praia com uns tipos franceses que também lá estavam e um mergulho em “pelota”. Como seria de esperar, voltámos da água e tinhamos os calções “roubados” pelo pessoal mais “atrevidote”. No entanto tivémos uma presença de espirito notável, subindo da água totalmente nús até às cadeiras onde estavam as toalhas, tudo perante olhares incrédulos dos pulhas que nos queriam gozar... ruborizaram-se faces perante tal fálico espetáculo... (eheheh)



A noite seguiu finalmente até à discoteca Chirinaua, em Benguela, precedida de mais um jantar dificil de sacar, no Tan-Tan, um restaurante de self-service com um ambiente “tascanho”.

Comemos qualquer coisa e aquecemos o motores para a noite que se avizinhou, longa e louca, com ambiente fixe, música fixe e malta porreira.





Para não variar, os barmans o nós lá fomos confraternizando por entre shoots e histórias da “carochinha”, assim do género “Ah e tal, eu em Lisboa era o maior lá da rua, e tal...” e pimba... mais um shot... (eheheh), terminando uma noite a dançar e a beber copos às 7:00, com o amigo RE a “virar o barco” em plena saída de Benguela (lá se foi a omolete do Tan-Tan pelo ralo, eheheh), e o “chefe” RP a dominar a cena toda, com um “vipe” de condução matutina, sempre acompanhadas de duras ameaças de violência verbal e física, caso não lhe fosse facultado o acesso à rua. Ainda tentei, com alguns “encolheres” de ombros e palavras macias dissuadi-lo de iniciar tal campanha, mas fui subtilmente afastado com um redondo “VAI PÓ C@R@%&#$%# , Ò MEU FILHA DA P#%@!!! DEIXA-ME SAIR OU PARTO ESTA M€84@ TODA...”... Contra factos não há argumentos, por isso...
Depois de um curto sono até às 11:00 da manhã, veio o nosso episódio Agatha Christie: descobrimos que alguém havia cagado na varanda... literalmente, cagado na varanda... um poio gigante e seco, a que senhora da casa, qual Poirrot de Lobito, atribuiu a um dos nossos rabos, sob o pretexto de os vizinhos terem visto... Foi suspeito, mas como tinhamos como contrapor, lá tivémos de limpara a cena... cá para mim houve complot e a bosta já lá estava, mas como houve malta com bêbedas bastante poderosas, até admitimos que pudésse ter havito um erro táctico e alguém tivésse confundido a cadeira da varanda com a sanita da casa de banho.


Findo o episódio macabro, arrancámos de volta para Luanda já tarde (eram 15:30) e fizémos os primeiros 200 kms sob chuva forte... chegámos a casa já depois da meia-noite, rotos mas curtidos, e com boas recordações de um fim de semana bestial no Lobito e Benguela.